Quarta-feira, 24 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 19 de julho de 2017
O frio extremo que atinge a região Sul do País gerou uma situação inusitada no Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, na manhã desta quarta-feira (19). Cinco aeronaves da Azul Linhas Aéreas decolaram com atraso porque suas asas congelaram. Funcionários da empresa fizeram a remoção do gelo. Em nota, a empresa aérea comunicou que durante a limpeza dos aviões prestou toda assistência aos passageiros.
Foram afetadas duas decolagens em direção à cidade de Campinas (SP), outra para Curitiba (PR) e mais duas para a capital paulista. A companhia não informou quanto tempo levou a operação de retirada do gelo e nem qual foi o atraso registrado em cada um dos cinco voos afetados.
Apesar das condições severas do tempo, o aeroporto não sofreu nenhum problema em suas operações nesta quarta-feira, segundo a Infraero (estatal que administra o aeroporto Salgado Filho). De acordo com o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), a temperatura mínima na capital gaúcha nesta quarta atingiu 2ºC. A máxima não deve passar dos 14ºC.
Voos afetados pelo gelo:
AD2601 – Porto Alegre – Viracopos
AD2763 – Porto Alegre – Congonhas
AD6424 – Porto Alegre – Curitiba
AD4403 – Porto Alegre – Viracopos
AD9225 – Porto Alegre – Guarulho
Bariloche
Se no Brasil os aviões têm as asas congeladas, em Bariloche, na Argentina, turistas brasileiros não conseguem voltar para casa por causa do mau tempo. Isso que o desejo de quem viaja para o destino no inverno é ver nevar na cidade. Desta vez, no entanto, nevou em excesso: há 27 anos não nevava tanto e a temperatura mínima de -25,4°C, na madrugada de domingo, bateu recorde histórico na cidade, superando os 21,1°C abaixo de zero de 1963.
A nevasca começou na sexta-feira (14) e fechou o aeroporto desde sábado (15) com 45 cm de neve acumulada. Na segunda-feira (17), o aeroporto Teniente Luis Candelaria ensaiou uma normalização até as 14h10min, quando partiu o último voo antes de a neblina voltar a impedir novas decolagens. Devido à alta temporada com voos lotados e à capacidade limitada do aeroporto, as companhias aéreas têm pouca margem para contornar a situação com aviões extra.
Espera
Há passageiros que aguardam desde sábado, completando mais de 72 horas de uma espera angustiante, com nervos à flor da pele. Quem tem condições financeiras e sorte para conseguir disponibilidade, dorme em hotel, mas a grande maioria improvisa nas cadeiras e mesas do café do saguão do aeroporto. Outros encaram, sem alternativa, o piso gelado. A falta de limpeza dos banheiros, a insuficiência de aquecimento e os preços instantaneamente inflacionados de alimentos e bebidas completam o cenário. Famílias inteiras, crianças e grávidas estão bloqueadas.
Os turistas brasileiros reclamam da escassez de alimentação e de hotel para a espera, mas as companhias alegam que fenômenos climáticos não estão contemplados dentro das suas obrigações. Apenas oferecem devolver o dinheiro ou reprogramar o voo para a semana que vem. Há ainda a opção de enfrentar dois dias de ônibus rumo a Buenos Aires, de onde partem os voos ao Brasil.
“Ao longo do final de semana, as autoridades consulares brasileiras mantiveram contatos com o cônsul honorário em Bariloche a quem solicitaram que fosse efetuada uma coordenação com o Corpo de Bombeiros e com a polícia local. Foi contatada também a Defesa Civil de Bariloche, que indicou ser preferível que os nacionais permanecessem no aeroporto, em vista da situação das estradas da região, tomadas por neve”, explica o Itamaraty.
De acordo com o ministério, o embaixador brasileiro no país vizinho contatou a ministra do interior da Argentina para pedir apoio ao grupo de cidadãos brasileiro ilhados. Está sendo examinada a instalação de um núcleo de apoio do Consulado Honorário no aeroporto de Bariloche.
O plantão do consulado em Buenos Aires atende pelo número +54 (911) 4199-9668 -para casos de emergência. Alternativamente, o Itamaraty, em Brasília, disponibiliza o e-mail dac@itamaraty.gov.br e os telefones (61) 2030-8803/8804 (das 8h às 20h) e (61) 98197-2284 (das 20h às 8h) para o auxílio a brasileiros.
A onda de frio polar que atinge a Argentina deixou quatro mortos nesta segunda-feira, nas cidades de Mar Del Plata e Bariloche. Duas vítimas eram sem-teto.