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Mundo O funeral do senador americano John McCain aproximou adversários poderosos que foram presidentes dos Estados Unidos. Donald Trump não foi convidado

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Discursos enalteceram o perfil conciliador do parlamentar republicano. (Foto: Reprodução)

Ao longo do fim-de-semana, adversários e aliados políticos do senador John McCain se reuniram em Washington (EUA) para o funeral do parlamentar republicano, sepultado nesse domingo com honras de Estado.

Em discursos na Catedral Nacional, palco das homenagens finais, os ex-presidentes George W. Bush e Barack Obama, que antecederam Donald Trump na Casa Branca, elogiaram o espírito conciliador de McCain, que já doente (ele morreu de câncer no cérebro, na semana passada) havia manifestado o desejo de que o atual líder do país não participasse da cerimônia.

O ex-presidente republicano George W. Bush não mencionou Trump, mas seu tributo fez menção ao contraste entre o ideário de McCain e as políticas do atual governo.

“McCain respeitava a dignidade de cada ser humano, uma dignidade que não para nas fronteiras e não pode ser apagada pelos ditadores”, disse Bush. “Ele era honrado, e sempre reconheceu que seus adversários, independente de partidos, eram patriotas e seres humanos.”

O democrata Barack Obama também homenageou McCain, seu adversário nas eleições presidenciais de 2008, contrapondo seu legado às políticas de Trump: “Muito da nossa política hoje é pequena e mesquinha. Baseada em insultos e ofensas, falsas controvérsias e ultraje fabricado. É uma política que finge ser corajosa e valente, mas é nascida do medo”.

“John nos chamou para sermos maiores do que isso, para sermos melhores que isso. Hoje é apenas um dia entre todos os dias que serão, mas o que acontecerá em todos os outros dias dependerá do que você faz hoje. Que melhor maneira de homenagear John McCain do que seguir seu exemplo?”

O ex-senador democrata Joe Lieberman também elogiou a capacidade de McCain de trabalhar com adversários: “A primeira coisa que ele me disse quando conversamos pela primeira vez foi: ‘Você é um democrata e eu sou um republicano, mas juntos podemos dar ao nosso país a liderança bipartidária de que ele precisa. McCain estava acima de interesses pessoais”.

Além de Bush e Obama, prestaram reverência a McCain o ex-presidente Bill Clinton, o ex-secretário de Estado Henry Kissinger e o senador republicano Lindsey Graham.

Meghan McCain, filha do senador, fez um discurso emotivo e criticou Donald Trump. “O meu pai foi uma grande pessoa. De uma grandeza real, não uma retórica barata de homens que nunca vão se aproximar do sacrifício dele”, frisou.

“A América de John McCain não precisa se tornar grande novamente, porque a América de John McCain sempre foi grande”, disse, em referência ao slogan da campanha de Trump.

Além da mulher e dos filhos de McCain, a mãe do senador, Roberta, também compareceu ao funeral, em uma cadeira de rodas e visivelmente abatida. Detalhe: ela tem 106 anos.

A cerimônia fúnebre com honras de Estado ocorreu no sábado, após quase uma semana de honrarias, primeiro no Arizona, onde McCain morava e por onde sempre se elegeu, e depois em Washington, onde trabalhou por 40 anos.

O sepultamento foi realizado nesse domingo na Academia Naval de Annapolis. Apenas amigos e parentes participaram da cerimônia.

Anti-Trump

Filho e neto de almirantes de quatro estrelas da Marinha norte-americana, McCain lutou na Guerra do Vietnã. Em 1967, o avião em que ele estava foi abatido em uma missão de bombardeio sobre Hanói e ele permaneceu prisioneiro de guerra por cinco anos e meio.

Libertado em 1973, recebeu a Estrela de Prata, a terceira medalha de honra mais importante das Forças Armadas dos Estados Unidos.

McCain se lançou na política na década seguinte, após anos de tratamento apra se recuperar dísica e psicologicamente da tortura sofrida em cativeiro. Foi eleito para a Câmara dos Deputados em 1982 e para o Senado em 1986.

Ele tentou a candidatura para a presidência da república por duas vezes e foi escolhido como o candidato republicano em 2008. Após perder para Barack Obama nas eleições, McCain retornou ao Senado.

Ao longo dos anos, McCain se tornou um símbolo do pensamento independente, não fazendo questão de se alinhar aos Republicanos em questões que considerava vitais para o país e trabalhando em conjunto com políticos democratas e republicanos mais moderados.

Nos seus últimos meses, McCain criticou duramente a política de Trump, repreendeu o presidente por alienar aliados dos Estados Unidos em uma cúpula internacional, rotulou a política de imigração de tolerância zero do governo como “uma afronta à decência do povo americano”.

Ele também denunciou a reunião entre Trump e o presidente russo Vladimir Putin em Helsinque ( Finlândia) como um “erro trágico”, em que o presidente colocou “uma das mais vergonhosas performances de um presidente norte-americano na memória”.

Um dos episódios mais tensos entre ambos aconteceu com a tentativa de derrubar a reforma da saúde impulsionada por Obama, quando McCain votou contra os esforços de Trump para acabar com ela sem apresentar nenhum projeto para substituí-la.

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