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Por Redação O Sul | 9 de agosto de 2017
O valor investido pelo PSG na compra de Neymar chama atenção por si só: 222 milhões de euros. Mas impressiona ainda mais se comparado ao que arrecada anualmente o clube francês. De acordo com o jornal The Economist, o gasto com o brasileiro representa 40% do faturamento previsto para a temporada.
O levantamento mostra que, historicamente, os clubes não costumam gastar mais de 25% de suas receitas em um único jogador. Até hoje, apenas duas aquisições superaram essa porcentagem, ambas feitas pelo Real Madrid na montagem do time de galáticos. Zidane, em 2001, e Figo, em 2000, representaram, respectivamente, 50% e 45% do faturamento do time espanhol.
Na França, os clubes são ainda mais rigorosos quanto à taxa de investimento de 25% identificada pela Economist. Somente o Monaco a ultrapassou: foi em 2013, quando empregou 35% do dinheiro arrecadado na compra de Falcão Garcia.
O jornal destaca, porém, uma diferença a favor do PSG no caso Neymar: a capacidade de retorno também fora dos gramados. O brasileiro, considerado pela maioria o melhor do mundo abaixo de 30 anos, é uma marca de potencial intangível. Pode trazer retorno em venda de uniformes, bilheteria, premiação, contratos de TV e, principalmente, acordos comerciais. Hoje, a mesma patrocinadora paga ao Barça seis vezes mais do que investe no PSG — cenário que o clube aposta que irá mudar.
Nas redes sociais, os franceses verificaram um aumento de 10% no número de seguidores desde o anúncio do craque. Nas casas de aposta, as chances de a taça da Liga dos Campeões ir para Paris subiram de 6% para 9,5%. O Barça, que perdeu o jogador, viu a probabilidade diminuir de 18% para 16%.
É nessa capacidade de elevar o patamar do Paris Saint-Germain como um todo que aposta o presidente do clube, Nasser Al-Khelaifi. “Quando você pensa em Neymar como uma marca, não é caro”, disse o mandatário no dia da apresentação do brasileiro.
“Parido”
Nos últimos dias, desde que assinou com o PSG, Neymar passou a ser destaque em diversos jornais de todo o planeta, até mesmo aqueles que não são especializados em esportes. Porém, uma publicação em especial vem chamando a atenção. Em sua última edição, o folhetim francês Charlie Hebdo trouxe um xeique árabe “parindo” o craque.
Intitulado “Evento feliz no PSG”, a charge ironiza os 222 milhões de euros gastos pela Oryx Qatar Sports Investments, que é controlada por Nasses Al-Khelaif, chefão do Paris Saint-Germain.
Em janeiro de 2015, o Charlie Hebdo foi alvo de um atentado, que deixou doze mortos e cinco feridos. Os responsáveis se sentiram ofendidos pelas charges publicadas pelo folhetim ironizando Maomé, o mensageiro de Deus no islamismo.