Quarta-feira, 24 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 29 de outubro de 2019
O goleiro Bruno Fernandes não é mais jogador do Poços de Caldas. O time da terceira divisão mineira anunciou que houve acordo entre as partes para que o contrato do atleta fosse rescindido depois dele jogar por 45 minutos apenas, em dois meses de vínculo, e sair com salários atrasados. Bruno ganhou liberdade há pouco tempo. Ele foi condenado a 20 anos e 9 meses de prisão pelo assassinato e ocultação de cadáver da modelo Eliza Samúdio.
O presidente do clube, Paulo César Silva, confirmou a decisão. Ele alegou que o salário do jogador era incompatível com a realidade do Poços de Caldas. Na época, foi anunciado remuneração de 10 mil reais por mês. O dirigente ainda lamentou o fato de o goleiro não ter conseguido jogar mais vezes pelo time mineiro.
“Em dois meses de contrato, ele jogou 45 minutos apenas. Para o clube bancar um contrato de um jogador para ele não jogar, é difícil. O atleta não estava contente também por ser um clube menor do futebol estadual, então a gente decidiu rescindir o acordo”, explicou o presidente, em entrevista ao site Superesportes. “O Poços de Caldas, de Minas Gerais, atrasou o salário de Bruno e ele não estava contente aqui”, completou.
Paulo César preferiu não responder se a contratação de Bruno foi uma jogada de marketing do clube. Quando o nome do goleiro foi anunciado, muitos torcedores criticaram o dirigente. “Não teve como fazer avaliação porque o atleta não jogou. A gente não conseguiu nem avaliar isso. Dos cinco ofícios que mandamos (para a Justiça), ela só liberou o jogador no dia da apresentação”, contou.
Condenado pelo crime contra Eliza Samúdio e também por cárcere privado de seu filho, Bruninho, em junho de 2010, Bruno conseguiu no dia 18 de julho a progressão para o regime semiaberto. A exigência do juiz para lhe dar a autorização de sair do presídio era que ele trabalhasse.
O Poços de Caldas foi o segundo clube de Bruno nos últimos dois anos. Anteriormente, ele havia defendido o Boa Esporte, na segunda divisão do Campeonato Mineiro, onde disputou cinco partidas, duas vitórias, dois empates e uma derrota.
O Poços de Caldas FC não tem renda atual, segundo o presidente, e as entradas dos jogos costumam ser doações em alimentos. Além do salário, o clube alugava um local para que Bruno treinasse em Varginha, cidade onde cumpre pena, e o combustível das viagens.
O clube, que ficou parado por um ano e sete meses, deve disputar a terceira divisão do campeonato mineiro no ano que vem. Isso só ocorrerá no segundo semestre. A comissão técnica também deixou o clube nas últimas semanas por questões de valores.