Brasil O Google mostrará as fichas dos mais de 7 mil candidatos a deputado federal, senador e presidente da República nas eleições deste ano
Por Redação O Sul | 7 de junho de 2018
O Google vai mostrar em sua ferramenta de busca a ficha dos mais de 7 mil candidatos a cargos federais que participarão das eleições de outubro. A iniciativa, que faz parte de um acordo com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), foi anunciada nessa quinta-feira, durante um evento realizado em São Paulo.
A novidade valerá para os postulantes a presidente da República, senador e deputado federal. Quando alguém buscar pelo nome desses políticos, o mecanismo de busca do Google disponibilizará informações sobre ele, tais como principais propostas de campanha, canais de contato e dados pessoais e familiares de conhecimento público.
No caso dos concorrentes ao Palácio do Planalto, eles também poderão publicar diretamente no Google as suas promessas de campanha e outras de suas plataformas de ação.
A eleição deste ano será a primeira em que a verba de campanha poderá ser utilizada para impulsionar publicidade em redes sociais, a exemplo do Facebook, ou então para promover links em sites de pesquisa como o próprio Google.
“Aqui no Google, a gente quer fornecer informações para que os eleitores possam votar de forma convicta”, ressaltou o diretor de engenharia da empresa no Brasil, Berthier Ribeiro-Neto.
TSE
Em decisão monocrática nesta quinta-feira, o TSE aplicou pela primeira vez a Resolução nº 23.551/2017 num caso de divulgação de notícias falsas na internet, as chamadas “fake news”. A norma regulamenta a propaganda eleitoral no pleito de 2018.
O emprego da resolução ocorreu na análise de representação movida pelo diretório nacional do partido Rede Sustentabilidade. A legenda denunciou a divulgação de notícias falsas a respeito de sua pré-candidata Marina Silva, por meio de um perfil anônimo no Facebook.
Intitulada “Partido Anti-PT”, a página havia publicado cinco textos contendo diversas informações consideradas inverídicas e que ofenderiam a imagem política da pré-candidata à Presidência da República, ao associá-la a atos de corrupção que teriam sido denunciados em delações premiadas da Operação Lava-Jato.
Na representação submetida à Corte, a sigla ressaltou o fato de não existirem provas de que Marina esteja associada a atos de corrupção. Além disso, sustentou que a pré-candidata não figura como ré ou investigada em nenhum processo relacionado à Lava-Jato.
Em sua decisão, o ministro substituto Sérgio Banhos deferiu o pedido de liminar e determinou ao Facebook a remoção de publicações em um prazo de 48 horas. A empresa também terá que fornecer, em até dez dias, os registros de acessos a uma das postagens, dados sobre a origem do cadastro da página responsável pelas publicações, além dos dados pessoais de seu criador e administradores.
O magistrado destacou que as publicações questionadas pela Rede realmente apresentam indícios de serem “fake news”: teor sensacionalista, prevalência da primeira pessoa na narrativa, erros gramaticais e de coesão, além de emprego de expressões de julgamento e extremismo.
Segundo ele, embora a Constituição Federal garanta a liberdade de expressão, essa proteção não se estende a manifestação anônima. Destacou, ainda, que as eleições deste ano poderão representar uma virada na democracia brasileira e, por isso, todos os atores envolvidos devem ter o compromisso de promover o regular transcurso do processo eleitoral como condição necessária para a legitimação dos eleitos.
“Devemos estar dispostos e engajados em fazer destas eleições uma disputa leal, com incondicional respeito às regras do certame eleitoral, demonstrando fidelidade às instituições e ao regime democrático”, argumentou.
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