Quinta-feira, 28 de março de 2024
Por Redação O Sul | 12 de março de 2019
O Google concordou em pagar 135 milhões de dólares para dois executivos de alto escalão que deixaram a empresa após serem acusados de assédio sexual e encobrirem as razões para suas saídas, segundo um processo aberto nesta semana.
Os ex-executivos, Andy Rubin e Amit Singhal, supervisionaram alguns dos braços mais importantes e lucrativos da empresa. Rubin, que saiu em 2014, criou o software Android, enquanto Singhal, que deixou o Google em 2016, liderou o setor de buscas.
Rubin foi acusado por uma subordinada de pressioná-la a fazer sexo oral, entre outros abusos, de acordo com o processo. Singhal, por sua vez, foi acusado por uma funcionária de apalpá-la quando estava “embriagado” em um evento. A diretoria do Google, agora chamada de Alphabet Inc., aprovou os pagamentos manifestando pouca divergência, de acordo com o processo.
A denúncia, que cita informações do Google, diz que a empresa concordou em pagar a Singhal aproximadamente 45 milhões de dólares. No entanto, acabou pagando 15 milhões de dólares, porque Singhal mais tarde se juntou a um concorrente.
Os ex-executivos não responderam aos pedidos de entrevista. O jornal “The New York Times” informou no ano passado o valor de alguns pagamentos, incluindo 90 milhões de dólares para Rubin.
Uma porta-voz do Google disse em um comunicado: “Há sérias consequências para quem se comporta de forma inadequada no Google. Nos últimos anos, fizemos muitas mudanças em nosso local de trabalho e adotamos uma linha cada vez mais rígida contra a conduta inadequada de pessoas em posições de autoridade”.
Os pagamentos provocaram um novo alerta sobre a questão da igualdade de gênero e do assédio sexual no Vale do Silício. O mundo da tecnologia emprega uma relativa escassez de executivos do sexo feminino, e uma pequena fração do dinheiro do capital de risco vai para empresas lideradas por mulheres, indicam pesquisas.
Falta de ética
Não bastasse a falta de ética implicada em realizar pagamentos milionários para executivos deixando a companhia acusados de assédio, a Google é acusada pelo acionista reclamante de violar a sua obrigação fiduciária, abuso de poder, desperdício corporativo e enriquecimento ilícito. Ele pede ainda uma indenização por danos sem valor especificado.