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Por Redação O Sul | 18 de agosto de 2017
A PF (Polícia Federal) realizou a 5ª fase da Operação Ápia, denominada de Operação Convergência, na manhã dessa sexta-feira, em Palmas, para investigar pagamentos indevidos em obras de infraestrutura no estado do Tocantins. Um dos alvos é o governador do Tocantins Marcelo Miranda (PMDB). Ele foi intimado e foi ouvido nesta manhã na Justiça Federal, pelo ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça), Mauro Campbell Marques, já que Miranda tem foro privilegiado em razão do cargo que ocupa. O depoimento terminou por volta das 10h. A primeira fase da operação foi deflagrada em outubro do ano passado.
O outro alvo da operação é o procurador-geral de Justiça, Clenan Renaut de Melo Pereira. Pela manhã, policiais federais também foram à casa dele, na quadra 108 Norte, onde cumpriram mandado de busca e apreensão. A informação é que ele não estava na residência, mas que também foi intimado para prestar depoimento.
O governador informou, através da assessoria de imprensa, que está à disposição da Justiça, Ministério Público Federal e Polícia Federal, para esclarecer quaisquer fatos, quando tiver acesso aos documentos que deram origem à operação. Informou ainda que não cometeu qualquer ato ilícito.
O Ministério Público Estadual confirmou a operação de busca e apreensão por parte da Polícia Federal no gabinete da Procuradoria-Geral de Justiça e na casa do procurador-geral, em cumprimento a mandado expedido pelo ministro Mauro Campbell. Informou também que não houve mandado de condução coercitiva, mas que o procurador está saindo do interior do estado para a cidade de Palmas a fim de prestar todos os esclarecimentos.
Segundo a Polícia Federal, cerca de 40 agentes cumpriram mandados de busca e apreensão e intimações. Todos os depoimentos serão acompanhados pelo ministro do STJ e por um subprocurador da República.
A apuração, que tramita no STJ, apontou que obras de terraplanagem e pavimentação asfáltica realizadas no estado entre 2011 e 2014 custaram cerca de aproximadamente R$ 850 milhões, e geraram créditos indevidos a empresários.
A operação foi nomeada de “Convergência” porque faz interseção entre a Operação Ápia e Operação Reis do Gado.
Operação Ápia
A 1ª fase da operação foi realizada em outubro do ano passado. Na época, 115 mandados judiciais foram cumpridos. Um deles foi contra o ex-governador Sandoval Cardoso (SD), que teve a prisão preventiva decretada e ficou 15 dias preso na Casa de Prisão Provisória de Palmas.
Segundo informações da PF, o grupo suspeito de fraudar licitações de terraplanagem e pavimentação asfáltica no Tocantins funcionava em três núcleos compostos por políticos, servidores públicos e empresários. A suspeita é de que o grupo tenha desviado cerca de R$ 200 milhões.