Quinta-feira, 18 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 11 de agosto de 2019
O governo Bolsonaro prepara uma campanha de marketing para tentar melhorar a imagem do Brasil no exterior com grande destaque para o setor de agronegócios, que na leitura do Ministério da Agricultura entrou de vez na mira de um movimento internacional de ataque, principalmente por causa de questões indígenas e ligadas ao meio ambiente.
Liderada pelo Palácio do Planalto e com foco também em áreas como economia, inovação e tecnologia, a estratégia busca unificar o discurso do governo em torno de temas que têm se tornado alvos de críticas na imprensa internacional, como o uso de agrotóxicos, o aumento do desmatamento, além de questões ligadas à comunidade indígena.
A ideia é que a campanha comece a ser veiculada em populares veículos de comunicação no exterior, principalmente na Europa e nos EUA, a partir de meados de setembro. As agências de publicidade que têm contrato com o Planalto já foram acionadas.
Alinhada com a bancada ruralista do Congresso e entidades do setor de agronegócios como a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, já vinha articulando uma ação nesse sentido para rebater o que chama de “desinformações” sobre impacto ambiental da agropecuária brasileira, entre outros pontos.
Em suas viagens por China, Japão, Vietnã, Indonésia, Itália e Bélgica, no primeiro semestre, Tereza ouviu queixas de entidades empresariais e de governos sobre a postura da gestão Bolsonaro em relação à política ambiental. A ministra chegou a declarar que há “má vontade” de vários países importadores com o Brasil, “agravada ao longo dos últimos anos”.
Sobretudo depois do fechamento do acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul, a Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência) acelerou a estratégia, que também contará com a atuação de Itamaraty, Apex, Embratur e dos ministérios do Meio Ambiente, da Economia, da Infraestrutura e do Turismo.