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| O governo da Venezuela tirou do ar o canal da CNN em resposta a uma reportagem sobre um esquema de concessão ilegal de passaportes a cidadãos do Oriente médio

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Maduro disse que a medida representa um reajuste de 65% em relação à versão anterior. (Foto: Reprodução)

O governo da Venezuela tirou do ar o canal CNN en Español na quarta-feira (15) em resposta à exibição de uma reportagem especial sobre um esquema de concessão ilegal de passaportes a cidadãos do Oriente Médio. A ordem foi anunciada três dias depois que o presidente Nicolás Maduro prometeu expulsar a emissora por “manipular um assunto interno”. “A CNN que não meta seu nariz na Venezuela, que fique bem longe, fora da Venezuela.”

O canal saiu do ar em todo o território venezuelano por volta das 17h locais (19h em Brasília), minutos depois que a Conatel (Comissão Nacional de Comunicações) ordenou o corte da transmissão, a pedido do governo chavista.

Em nota, a autarquia disse que a retirada do canal foi uma medida cautelar e abriu um procedimento administrativo, sob a acusação de apresentar “conteúdos que supostamente constituem agressões diretas que atentam contra a paz e a estabilidade democrática” do país.

“Isso gera um clima de intolerância, já que, sem argumento probatório e de maneira perversa, difamam e distorcem a verdade, dirigindo as mesmas a prováveis incitações de agressões externas contra a soberania da Venezuela.”

Em discurso, Maduro chamou o canal de instrumento de guerra e aliado do Departamento de Estado americano. “Os dois estão impondo uma intervenção geral e maciça e uma agressão contra a Venezuela.”

A CNN en Español reagiu, abrindo o sinal ao vivo para os venezuelanos em seu site e no YouTube. Até o momento as páginas ainda não haviam sido bloqueadas. Não é a primeira vez que o chavismo age contra o canal.

Durante os protestos de 2014, o governo cassou o visto da jornalista Patricia Janiot por cobrir as manifestações contra Maduro. Na saída do país, ela foi revistada e maltratada por agentes de inteligência do aeroporto de Caracas.

Além da CNN, jornalistas de diversos países foram prejudicados. No sábado (11), foi a vez dos repórteres brasileiros Leandro Stoliar e Gilzon Souza, da Record TV, presos enquanto investigavam denúncias de propina da Odebrecht.

REPORTAGEM

Exibida no dia 6, a investigação “Passaportes na Sombra” mostra que diplomatas venezuelanos cobravam milhares de dólares para conceder ilegalmente a cidadãos do Oriente Médio o documento de viagem do país sul-americano.

A denúncia partiu do ex-conselheiro da embaixada no Iraque Misael López, que serviu em Bagdá até julho de 2013. No país, pelo menos 21 pessoas com nomes árabes receberam passaportes válidos, incluindo um traficante de drogas.

Ele chegou a apresentar um relatório a seus superiores, incluindo a chanceler Delcy Rodríguez, sobre o esquema, mas não teve resposta. Meses depois, apresentou a denúncia à embaixada americana em Madri.

A emissora ainda exibiu dados dos serviços de inteligência dos EUA de que o atual vice-presidente, Tareck El Aissami, teria autorizado entre 2008 e 2012 a concessão de documentos a 173 pessoas do Oriente Médio.

Dentre os beneficiados, estão pessoas supostamente vinculadas ao grupo radical islâmico libanês Hizbullah. De origem síria, Aissami era na época ministro do Interior, ao qual é vinculada a autarquia que fabrica os passaportes.

O governo chavista considera as acusações mentirosas e parte de uma campanha midiática contra o país. A chanceler chegou a ligar o informante da CNN a Lilian Tintori, mulher do líder opositor Leopoldo López, preso desde 2014.

Também associou a acusação contra Aissami às sanções do Departamento do Tesouro americano ao vice, embora estas sejam relacionadas a um processo por tráfico de drogas. O canal negou que a denúncia esteja atrelada à ação do governo de Donald Trump.

Em nota, a Sociedade Interamericana de Imprensa disse que a retirada da emissora do ar “é um atentado à liberdade de imprensa que desmascara o propósito real do governo de censurar a imprensa e as vozes dissidentes”. (Folhapress)

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