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Mundo O governo Donald Trump proíbe diplomata de testemunhar em investigação de impeachment

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O presidente americano, Donald Trump, discursa durante evento na Casa Branca. (Foto: Reprodução/Twitter/@WhiteHouse)

Numa medida vista como declaração de guerra contra o Poder Legislativo, a Casa Branca proibiu nesta terça-feira (8) o embaixador americano na União Europeia de depor no processo de impeachment contra Donald Trump. A decisão abre a possibilidade de o presidente ser acusado de obstrução de Justiça.

O Executivo enviou uma carta aos líderes do Partido Democrata na Câmara dos Deputados dizendo que o processo de impeachment viola o direito de Trump ao devido rito legal, e, por isso, não entregará os documentos solicitados nem autorizará funcionários a prestar depoimento.

“Para cumprir seus deveres com o povo americano, com a Constituição, com o Executivo e com todos os futuros ocupantes da Presidência, o presidente Trump e sua gestão não podem participar de seu inquérito partidário”, afirma na carta Pat Cipollone, advogado da Casa Branca.

O depoimento que não houve foi o do embaixador Gordon Sondland, que doou US$ 1 milhão (R$ 4,1 milhões) para o comitê que organizou a festa de posse do republicano.

Ele deveria ter se reunido nesta terça-feira com três comitês da Câmara (o de Relações Exteriores, o de Inteligência e o de Supervisão) que analisam os esforços de Trump para convencer a o governo ucraniano a investigar o democrata Joe Biden.

Em resposta, os comitês intimaram o embaixador a comparecer no dia 16 e explicar sua participação no caso.

“Consideramos que essa interferência é uma obstrução do processo de impeachment”, disse o comunicado conjunto assinado pelos comitês da Câmara dos Deputados.

Numa rede social, Trump afirmou que seus aliados são perseguidos pelos democratas, que têm maioria na casa.

“Eu adoraria enviar o embaixador Sondland, um homem muito bom e um grande americano, para testemunhar, mas infelizmente ele daria o depoimento em um tribunal de cangurus totalmente comprometido, no qual os direitos dos republicanos foram retirados e os fatos verdadeiros não são exibidos ao público”, escreveu o presidente.

A expressão “tribunal de cangurus” é usada para caracterizar tribunais de exceção, que ignoram direitos dos réus.

“Não apenas o Congresso está sendo privado do testemunho, mas também sabemos que o embaixador tem mensagens de texto e emails que foram fornecidos ao Departamento de Estado, embora os tenhamos solicitado”, disse o democrata Adam Schiff, líder do comitê de Inteligência.

Sondland é um empresário do ramo hoteleiro que apoiou Trump durante a campanha. Em maio, ele foi nomeado pelo presidente para comandar a diplomacia americana na União Europeia.
Seria, assim, o primeiro doador do americano e o primeiro indicado político a depor no processo de impeachment.

Todos os ouvidos até agora eram funcionários de carreira, incluindo o ex-enviado especial dos EUA para a Ucrânia Kurt Volker e Michael Atkinson, inspetor-geral do setor de Inteligência dos EUA.

Outra diplomata de carreira, Marie Yovanovitch, deve se reunir com os comitês na sexta-feira (11). Ela era a embaixadora na Ucrânia até maio.

A investigação do impeachment tem como foco alegações feitas por um informante de que Trump usou a retenção de uma ajuda militar de quase US$ 400 milhões (R$ 1,6 bilhão) para pressionar o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, a investigar Joe Biden e seu filho Hunter, que fazia parte do conselho de uma empresa de gás ucraniana.

Ex-vice de Barack Obama, Biden é um dos principais candidatos à indicação presidencial democrata para 2020.

Segundo a agência Reuters, os advogados do informante estão perto de um acordo para que ele preste depoimento ainda nesta semana. No domingo (6) foi revelada a existência de outro delator.

Um oficial da Casa Branca que ouviu o telefonema de Trump ao presidente ucraniano descreveu o contato como louco, assustador e “sem nenhum conteúdo relacionado à segurança nacional”.

O relato faz parte de um documento elaborado pelo denunciante anônimo —um agente da CIA que teria conversado com o funcionário da Casa Branca após o episódio.

O oficial estava “visivelmente abalado pelo o que tinha acontecido” um dia após o telefonema, escreveu o delator.

Ele relata que houve um desconforto entre os funcionários que ouviram a conversa  – eles teriam considerado que ela extrapolou os limites da diplomacia tradicional.

“O oficial [ouvinte] afirmou que já havia um diálogo em curso com advogados da Casa Branca sobre como lidar com o contato porque o presidente havia cometido um crime ao instigar uma potência estrangeira a investigar um americano com o objetivo de obter vantagens em sua campanha à reeleição”, escreveu.

O relato reforça as acusações feitas pelo delator, que não testemunhou o telefonema entre Trump e Zelenski. Ele afirmou que havia conversado com “vários funcionários do governo” que disseram que o presidente havia “usado os poderes de seu cargo para solicitar a um país que interferisse nas eleições de 2020”.

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https://www.osul.com.br/o-governo-donald-trump-proibe-diplomata-de-testemunhar-em-investigacao-de-impeachment/ O governo Donald Trump proíbe diplomata de testemunhar em investigação de impeachment 2019-10-08
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