Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 7 de março de 2019
O governo do presidente Donald Trump pediu ao Departamento de Defesa que encontre instalações militares que tenham condições de abrigar 5 mil crianças imigrantes desacompanhadas caso seja necessário até 30 de setembro, informou nesta quinta-feira um porta-voz do Pentágono, tenente Jamie Davies.
Representantes dos departamentos de Defesa e Segurança e Serviços Humanitários (HHS, nas siglas em inglês) trabalharão em conjuntos para identificar quais instalações são apropriadas e não se descarta a possibilidade de que o Pentágono ceda terrenos para a criação de “acampamentos temporários”.
Em junho, as Forças Armadas americanas já tinham sido orientadas a se preparar para abrigar até 20 mil crianças imigrantes, à medida que o presidente Trump tentava reverter a política amplamente criticada de separar famílias imigrantes.
Na ocasião, o HHS preparou três bases militares no Texas e estava analisando outra no Arkansas. O órgão pedira ao Pentágono que “determinasse suas capacidades de fornecer até 20 mil camas temporárias para crianças estrangeiras desacompanhadas” em instalações militares.
Trump e seu governo foram fortemente criticados no ano passado por separarem mais de 2.300 crianças de suas famílias para processar seus pais por cruzar a fronteira ilegalmente, como parte da nova política de “tolerância zero” da administração com imigração.
Separando famílias
O governo de Donald Trump ainda continua separando famílias de imigrantes ilegais que cruzam a fronteira dos Estados Unidos com o México, apesar de ter encerrado sua política de “tolerância zero” em junho do ano passado, segundo advogados especialistas em imigração do Estado do Texas.
A organização Annunciation House, que acolhe refugiados e imigrantes na cidade de El Paso, recebe por volta de uma ou duas denúncias por semana de casos em que pais e filhos são separados após tentarem entrar ilegalmente no país na região. E essas são apenas as ocorrências notificadas à ONG.
Um comitê formado por membros do Partido Democrata também vem averiguando a questão. Segundo denúncias coletadas pela investigação e apresentadas oficialmente à administração do presidente Donald Trump no início de fevereiro, algumas das famílias separadas em 2018 ainda não foram reunidas.
Além disso, oficiais do governo testemunharam perante o comitê e afirmaram que a prática de separação de pais e filhos continua e que os órgãos do governo responsáveis pelas diretrizes de imigração não tem esclarecido o porquê.