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Política O governo federal abandonou o sistema de e-mail antiespionagem. Os ministros e servidores apontam falhas

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Agentes queriam o acesso a e-mails do ex-assessor presidencial Rodrigo Rocha Loures. (Foto: Bando de Dados/O Sul)

O Palácio do Planalto abriu mão de um sistema de segurança antiespionagem, desenvolvido pelo Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados) em 2013, e instalou um serviço de e-mail institucional que utiliza a tecnologia de uma multinacional americana, a Microsoft. A dispensa do sistema próprio foi feita pelo governo Michel Temer em abril deste ano, com a consequente migração para o sistema da Microsoft. A justificativa oficial para a troca é “unificar o serviço de correio eletrônico” da Presidência da República.

O sistema usado anteriormente, chamado de Expresso V3, foi criado pelo Serpro depois da revelação de que a NSA, a agência de segurança nacional dos Estados Unidos, espionou o governo da ex-presidente Dilma Rousseff. As revelações foram feitas usando como base os dados coletados pelo ex-técnico da CIA, Edward Snowden, que mostraram que milhões de e-mails e ligações de brasileiros e estrangeiros em trânsito no país foram monitorados.

O governo sustenta que a solução utilizada desde abril deste ano é segura e as informações são mantidas em um servidor, sob controle do centro de dados da Presidência. Além disso, Temer faz uso de uma conta privada no Gmail, da Google, para se comunicar com aliados sobre assuntos do governo. Ele não é o único no Planalto: ministros da cúpula e assessores também fazem uso do Gmail, como apurou a reportagem, e reclamam da falta de praticidade do sistema desenvolvido pelo Serpro.

Tanto o Serpro quanto o Palácio do Planalto confirmaram que a Presidência da República deixou o sistema em abril deste ano. “A Presidência utiliza um sistema de correio eletrônico provido e administrado pela Diretoria de Tecnologia da Presidência da República, hospedado em seu Centro de Dados, que é disponibilizado a todos os servidores e autoridades da Presidência, incluindo o presidente. O sistema de correio eletrônico da Presidência da República utiliza a solução Microsoft Exchange, instalada e mantida exclusivamente em seu Centro de Dados”, diz a Secretaria de Imprensa da Presidência.

Há segurança

A diretoria de Tecnologia, que cuida do sistema de e-mails da Presidência, faz parte da estrutura da Secretaria Geral da Presidência, comandada pelo ministro Moreira Franco. A assessoria de imprensa do Planalto garantiu, perguntada sobre a segurança do sistema, que a Diretoria “possui profissionais especializados em Tecnologia e Segurança da Informação e Comunicações”.

O Serpro chegou a fazer uma proposta de contrato ao governo Temer, que não foi aceita. A própria empresa pública de processamento de dados decidiu abandonar o Expresso V3, não por “problemas de segurança ou vulnerabilidade”, mas por questões de “usabilidade”, já que, segundo a empresa, a interface foi “considerada difícil por alguns dos usuários”.

A estatal não desistiu, no entanto, de desenvolver uma plataforma própria de e-mail. Segundo o Serpro, está sendo feita desde agosto deste ano uma migração de vários órgãos do governo para o chamado Serpro Mail, mantido por uma empresa americana chamada Zimbra. “O processo foi feito com a garantia de que as informações ficariam hospedadas apenas no centro de dados do próprio Serpro, garantindo a inviolabilidade dos dados”, diz a empresa. As mudanças envolvem 11 mil contas de e-mail dentro da estrutura do governo federal, mas não as do gabinete presidencial.

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https://www.osul.com.br/o-governo-federal-abandonou-o-sistema-de-e-mail-antiespionagem-os-ministros-e-servidores-apontam-falhas/ O governo federal abandonou o sistema de e-mail antiespionagem. Os ministros e servidores apontam falhas 2017-10-20
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