Terça-feira, 23 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 19 de abril de 2019
O governo definiu em R$ 106,561 bilhões o valor que do bônus de assinatura que será pago pelas empresas vencedoras do megaleilão de petróleo marcado para 28 de outubro, informou na quarta-feira (17), o ministro da Economia, Paulo Guedes, depois da reunião do CNPE (Conselho Nacional de Política Energética). O bônus de assinatura é um valor fixo que será pago ao governo por quem vencer o leilão para ter o direito de explorar o petróleo nos próximos 35 anos.
Além desse valor, as empresas terão que dar um parcela mínima de óleo explorado para o governo – entre 19,82% a 27,65%.
Serão leiloadas quatro áreas: Atapu, Búzios, Itaipu e Sépia. Vence quem oferecer maior parcela de óleo para o governo.
A Petrobras tem direito de preferência, o que significa que, se ela quiser, ela poderá ser sócia com pelo menos 30% em cada área.
A empresa terá 30 dias para informar se exercerá esse direito de preferência.
A estimativa da ANP (Agência Nacional de Petróleo) é que tenha de 6 a 15 bilhões de barris de petróleo na área a ser leiloada.
Partilha de produção
O leilão será feito no regime de partilha de produção, que rege os contratos do pré-sal. Por ele, a arrecadação do governo é fixa, definida previamente, e vence a disputa a empresa ou consórcio que oferecer maior percentual para a União do petróleo produzido. Além disso, a Petrobras tem direito de preferência e poderá atuar como operadora e com percentual de 30% nos consórcios do leilão.
Serão leiloadas quatro áreas: Atapu, Búzios, Itaipu e Sépia. O maior valor é para a área de Búzios, cujo bônus de assinatura será de R$ 68,194 bilhões e o percentual mínimo de óleo-lucro de 23,25%. Para a para a área de Sépia, o bônus é de R$ 22,859 bilhões e percentual mínimo de óleo é de 27,65%. Para a área de Atapu, valor fixado é de R$ 13,742 bilhões e o percentual de óleo é de 25,11%. E para a área de Itaipu, o bônus é de R$,1,766 bilhão, com percentual de 19,82%. O valor total é de R$ 106, 561 bilhões.
Como a Petrobras já explora esses blocos, o vencedor terá de pagar à estatal pelos investimentos feitos nos locais e, como contrapartida, vai adquirir parte dos ativos e da produção.
A previsão é que o pré-edital seja publicado em junho. O governo agendou para 13 de dezembro a assinatura dos contratos. É quando o dinheiro vai entrar nos cofres do governo federal.
O contrato da cessão onerosa, assinado entre a Petrobras e o governo federal em 2010, fez parte da capitalização da empresa para fazer frente aos investimentos necessários para a exploração do pré-sal. A União cedeu à Petrobras, sem licitação, o direito de explorar cinco bilhões de barris de óleo em seis blocos do pré-sal na Bacia de Santos, em 2010.
O contrato previa uma revisão quando os campos já contassem com a declaração de comercialidade, ou seja, quando houvesse mais segurança a respeito do volume de petróleo. Isso ocorreu em 2013, quando começaram as primeiras negociações entre Petrobras e União. A Petrobras saiu credora da disputa porque, entre outros fatores, o preço do barril de petróleo caiu desde que foi firmado o acordo.