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Por Redação O Sul | 8 de maio de 2018
O governo avalia a possibilidade de ampliar o programa Minha Casa Minha Vida para famílias carentes. A iniciativa tenta dar ânimo ao setor da construção civil, ao mesmo tempo em que pretende dar uma resposta federal ao debate sobre a habitação popular, em meio às repercussões negativas do incêndio e desabamento, no início do mês, de um prédio ocupado irregularmente por famílias de baixa renda na área central de São Paulo.
A realização e um estudo sobre a expansão do programa habitacional foi confirmada pelo presidente da Caixa Econômica Federal, Nelson Antônio de Souza. Segundo fontes ligadas ao Palácio do Planalto, o assunto tem sido acompanhado de perto pelo presidente Michel Temer.
A ampliação tende a ocorrer com o remanejamento de recursos e injeção de dinheiro do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). De acordo com interlocutores que acompanham o debate no governo, a ideia é beneficiar famílias mais carentes, especialmente as da chamada “Faixa 1”, com renda familiar de até R$ 1,8 mil por mês e que pagam prestações mensais entre R$ 80 e R$ 270 por até 120 meses.
Algumas das opções em análise também contemplariam a ampliação do número de casas da “Faixa 1,5”, ou seja, com renda mensal entre R$ 1,8 mil e R$ 2,6 mil. A prioridade, no entanto, deve mesmo ficar com as famílias mais pobres.
Reunião
O tema foi debatido nesta semana em uma reunião no Ministério do Planejamento, exatamente a pasta que administra imóveis da União, inclusive o edifício Wilton Paes de Almeida, que desabou na capital paulista. A proposta é aumentar o número de famílias beneficiadas na base do Minha Casa Minha Vida.
No ano passado, o governo federal contratou apenas 23 mil moradias destinadas a famílias que ganham até R$ 1,8 mil reais. Isso representa apenas 13,5% da meta de 170 mil unidades para 2018.
Ao deixar o encontro com o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, o presidente da Caixa confirmou os estudos. Segundo ele, o tema é analisado conjuntamente pelos ministérios das Cidades, Planejamento, Fazenda e a direção do próprio banco estatal.
Questionado sobre a perspectiva de benefício das famílias da Faixa 1,5 (renda entre R$ 1,8 mil e R$ 2,6 mil), Nelson Antônio de Souza disse que ainda não sabe se a iniciativa contemplará a esse grupo intermediário: “Tudo será feito de maneira bastante responsável. Essa é uma orientação do próprio presidente e da equipe econômica”.
O modelo para a ampliação e a palavra final serão do próprio presidente Michel Temer. Atualmente, o governo prevê 650 mil unidades habitacionais para este ano, em todas as faixas do Minha Casa Minha Vida, que beneficia famílias com renda de até R$ 7 mil.