Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 22 de abril de 2017
O homem mais rico do mundo – com patrimônio de US$ 29,5 bilhões segundo a revista Forbes – vai investir no combate ao Aedes aegypti, transmissor no Brasil de zika, dengue e chikungunya. O fundador da Microsoft, Bill Gates, revelou que fechou um acordo com o governo e entidades dos Estados Unidos, em 2016, para destinar US$ 18 milhões para modificar geneticamente os mosquitos, tornando-os estéreis.
Gates relatou que os testes estão sendo realizados principalmente em Antioquia, na Colômbia, nos subúrbios do Rio, e também na Indonésia. O experimento ocorre depois que, na Ásia, cientistas obtiveram resultados positivos no Vietnã e em outros países tropicais. Seus assessores apontam que a iniciativa tem o potencial de ser a iniciativa de saúde de maior impacto da Gates Foundation que, ao longo dos últimos anos, destinou mais de US$ 500 milhões para tratar doenças.
A estratégia consiste em contaminar o mosquito com a bactéria Wolbachia. Como consequência, os descendentes não teriam a capacidade de transmitir doenças. A bactéria está presente em 60% dos mosquitos e insetos. Mas não no Aedes aegypti. “Essa é a novidade. Estamos realizando os testes e, até o fim do ano, saberemos se isso vai funcionar”, contou Gates. Se os testes derem resultados positivos, a proteção para populações de locais com a presença endêmica do mosquito poderia aumentar em 40%.
Pesticidas
Gates revelou também que está aplicando sua fortuna na busca por novos pesticidas que possam trazer melhores resultados. Entre 2005 e 2016, ele já investiu US$ 100 milhões em um projeto de pesquisa no Reino Unido. Para os próximos cinco anos, prometeu mais US$ 75 milhões. “Estamos fazendo muito para lidar com o controle de vetores. Aqueles produtos que temos hoje já criaram resistência (nos mosquitos).”