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Mundo O hospital libanês trata os feridos da guerra síria

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A guerra da Síria está prestes a entrar em seu oitavo ano. (Foto: Foto: Civil Defense Idlib)

A guerra da Síria está prestes a entrar em seu oitavo ano. Além dos mais de 400 mil mortos, centenas de milhares de pessoas ficaram gravemente feridas. A maioria é atendida em hospitais improvisados no front, e com sorte sobrevive. Sequelas são comuns.

Alguns poucos conseguem chegar até o Centro de Treinamento de Trauma causado por Armas, especializado em feridos de guerra, que o Comitê Internacional da Cruz Vermelha montou na cidade de Trípoli, no Líbano.

Grande parte do trabalho ali é cuidar dos chamados “casos frios” – gente que recebeu os primeiros socorros em hospitais de campanha, no front sírio, mas que sofre as consequências da precariedade daquele atendimento.

A maioria dos médicos que estavam nas áreas conflagradas da Síria deixou o país. Sobraram alguns poucos profissionais, enfermeiros, e muita gente bem-intencionada, mas pouco treinada, para atender multidões de feridos.

As condições de higiene são calamitosas. Certos pacientes que chegaram ao centro tinham grama dentro dos ferimentos costurados, conta Mariateresa Cacciapuoti, chefe da subdelegação no norte do Líbano, país de 4 milhões que acolhe hoje 1,5 milhão de refugiados sírios e 500 mil palestinos.

Um dos erros mais comuns do atendimento no front é costurar os ferimentos imediatamente, aumentando o risco de infecção. Os médicos também abusam de antibióticos de amplo espectro, o que leva a infecções multirresistentes.

Em 2017, 500 pacientes passaram pelo hospital. Grande parte tem membros amputados e fica de 3 a 6 meses, entre cirurgias, reabilitação e atendimento psicológico para estresse pós-traumático.

Lá, a equipe do centro já treinou 65 cirurgiões locais. “A cirurgia de guerra tem uma série de técnicas que facilitam muito a recuperação dos pacientes”, diz Joana Sá, enfermeira-chefe no centro, que trabalhou na República Democrática do Congo, no Paquistão e no Afeganistão.

Antes de amputar uma perna, por exemplo, é importante esticar os nervos o máximo possível para que as terminações nervosas fiquem mais longe do coto e da pele, e, consequentemente, haja menos dores, explica Sá. O coto precisa estar redondo para se aplicar a prótese, e a sutura cirúrgica precisa ser na lateral. Muitas vezes, são colocados pinos e placas metálicas sem a devida higiene, o que causa infecções graves.

No primeiro atendimento, no front, a prioridade é manter as pessoas vivas, seja quais forem as condições do local. Por isso os pacientes apresentam muitas complicações”, diz Sá.

Às vezes, a equipe tenta orientar por Skype pessoas que estão nos hospitais de campanha, dando instruções sobre procedimentos cirúrgicos. “O perigo é que, algumas vezes, podem rastrear o sinal e bombardear os locais.”

Outra preocupação é a chamada dor do membro fantasma. A maioria das pessoas que têm membros amputados continua a sentir dores no braço ou perna. As terminações nervosas no local da amputação enviam mensagens ao cérebro que o fazem acreditar que o membro ainda existe.

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https://www.osul.com.br/o-hospital-libanes-trata-os-feridos-da-guerra-siria/ O hospital libanês trata os feridos da guerra síria 2018-03-04
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