Sábado, 20 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 16 de agosto de 2018
Dados divulgados nesta quinta-feira (16) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que 3,16 milhões de brasileiros procuram emprego há mais de dois anos. Trata-se do maior número da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012. Este número corresponde a cerca de 24% do total de desempregados no País, que ficou em 13 milhões no 2º trimestre.
Na comparação com o 1º trimestre do ano, houve um aumento de 238 mil no número de brasileiros que estão desempregados há mais de dois anos. Desde o início da crise econômica, em 2014, o contingente nessa situação cresceu 162%.
Do total de desempregados no País, a maior parte – 6 milhões – estão procurando trabalho há mais de um mês e a menos de um ano, 1,8 milhão entre um e dois anos, e 1,9 milhão há menos de um mês.
Essa população que procura emprego há mais de dois anos é equivalente a toda a população do Uruguai ou a toda a população de Brasília.
Proporcionalmente, o Amapá é o Estado que tem a maior população de desempregados procurando emprego há mais de 2 anos. Lá, 49,3% dos desempregados estão nesta condição. Em São Paulo, são 830 mil desempregados nesta condição, o que corresponde a 24,2% deste contingente.
A taxa de desemprego recuou para 12,4% no 2º trimestre, ante 13,1% no 1º trimestre, segundo já havia sido divulgado anteriormente pelo IBGE. A queda da taxa de desemprego, entretanto, tem sido puxada pela geração de postos informais e pelo grande número de brasileiros fora do mercado de trabalho. Já o número de trabalhadores com carteira é o menor já registrado pelo IBGE.
Desalento também é recorde e atinge 4,8 milhões
Apesar da queda no número de desempregados no 2º trimestre, a pesquisa do IBGE mostra que aumentou o número dos que trabalham menos do que gostariam, que saíram da força de trabalho por algum motivo pessoal ou familiar, ou que simplesmente desistiram de procurar alguma ocupação.
O número de desalentados bateu novo recorde e atingiu 4,8 milhões no 2º trimestre, 203 mil pessoas a mais em relação ao 1º trimestre. Já o número de subocupados subiu para 6,5 milhões contra 6,2 milhões nos três primeiros meses do ano.
A população desalentada é definida pelo IBGE como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho adequado, ou não tinha experiência ou qualificação, ou era considerado muito jovem ou idosa, ou não havia trabalho na localidade em que residia – e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga.
Ao todo, segundo o IBGE, são 27,6 milhões de brasileiros subutilizados, o que representa 24,6% da força de trabalho. O grupo reúne os desempregados, aqueles que estão subocupados (menos de 40 horas semanais trabalhadas), os desalentados (que desistiram de procurar emprego) e os que poderiam estar ocupados, mas não trabalham por motivos diversos.