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Economia O iminente abandono do acordo nuclear iraniano pelos EUA e a queda na produção venezuelana aumentam o preço do petróleo

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Um aumento no preço beneficiaria países exportadores como a Venezuela. (Foto: Pixabay)

A ameaça do presidente dos EUA, Donald Trump, de rasgar o acordo nuclear com o Irã tem deixado governos e investidores em alerta pelos possíveis efeitos no mercado do petróleo e de olho nos eventuais ganhadores e perdedores na variação dos preços da commodity.

Mas é provavelmente a Venezuela a responsável pelos maiores riscos geopolíticos, com uma queda drástica e constante da produção devido à crise que atravessa o país.

Apenas a declaração de Trump de que o acordo “é uma insanidade”, na última terça-feira, levou os preços do barril a 75,47 dólares, o nível mais alto desde 2014. Espera-se que em 12 de maio Washington volte a aplicar sanções sobre as exportações iranianas e abandone o chamado Plano de Ação Conjunto Global acordado entre Irã, EUA, Rússia, Reino Unido, França, China e Alemanha em 2015.

Segundo a Opep, o cartel dos países exportadores ,o Irã detém 10,5% das reservas comprovadas de petróleo, a quarta maior do mundo, com 154,58 mbd (milhões de barris por dia), atrás de Venezuela (297,6 mbd), Arábia Saudita (267,91 mbd) e Canadá (173,10 mbd).

Segundo relatório do Centro de Política de Energia Global da Universidade Columbia (EUA), novas sanções podem derrubar entre 400 mil e 500 mil de barris/dia de petróleo iraniano dentro de um ano.

Mas, se a União Europeia não se somar à rodada de sanções, não haverá uma redução drástica das exportações de petróleo iranianas, avalia relatório do Instituto de Oxford para Estudos da Energia.

Pode-se pensar que um aumento no preço beneficiaria países exportadores como a Venezuela, cuja economia dependente da renda do petróleo sofreu quando os preços giravam em torno dos 30 dólares, em 2016. Entretanto o efeito não é tão simples.

“Caso Trump o faça [abandone o acordo], a notícia em si sustentaria moderadamente os preços do petróleo, mas a probabilidade de isenções e/ou de um período de ajustes de 180 dias para os importadores de petróleo adiaria qualquer impacto material nos saldos físicos até o início de 2019” afirmou à Folha Paul Sheldon, diretor associado de risco político da S&P Global Platts Analytics.

Além disso, o ditador Nicolás Maduro deve ser reeleito em 20 de maio, o que deve desencadear sanções americanas contra a indústria venezuelana e acelerar o declínio na produção na estatal PDVSA.

“Dado o aperto do mercado, qualquer ruptura na oferta geopolítica teria impacto desproporcional comparado aos anos recentes, quando o mercado estava inundado de petróleo”, escreveu Helima Croft, diretora de estratégia global de commodities da RBC Capital Markets.

“O perigo claro e presente a ser observado é a Venezuela, que provavelmente passou da fase de risco, já que a produção está em queda livre.”

Para alguns analistas, a Venezuela é uma razão pela qual o preço do barril subiu 30% nos últimos nove meses, após drásticas reduções na produção como resultado de sua crise política e econômica.

O fato de a Arábia Saudita pressionar os EUA, seu aliado, pelo fim do acordo nuclear do Irã, seu rival no Oriente Médio e com quem tem lutado “guerras por procuração” em lugares como o Iêmen, é outro fator de instabilidade no mercado com efeitos geopolíticos complexos.

“O maior risco para os mercados de petróleo continua sendo uma interrupção inesperada do fornecimento no Oriente Médio ou no norte da África”, afirma Sheldon.

“O fortalecimento da presença militar do Irã na Síria e em outros lugares torna uma confrontação direta com Israel e Arábia Saudita um cenário realista, elevando o risco de os efeitos extrapolarem para a produção de petróleo ou para as áreas de trânsito”, diz.

Para Sheldon, outra preocupação é a Líbia, que pode reverter ganhos importantes de produção alcançados em 2017 com a exacerbação dos conflitos internos.

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