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Por Redação O Sul | 24 de março de 2019
A equipe econômica revisou para baixo a projeção para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 2019, de 2,5% para 2,2%, de acordo com a nova grade de parâmetros macroeconômicos divulgada na sexta-feira (22) pelo Ministério da Economia. A informação foi antecipada pelo secretário Especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues Junior.
No último Boletim Focus, elaborado pelo Banco Central, a projeção de mercado apontava para um crescimento de 2,01% neste ano. Já a projeção do governo para a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preço ao Consumidor Amplo) em 2019 passou de 4,2% para 3,8%. Na última pesquisa Focus, as estimativas dos analistas eram de um IPCA de 3,89% neste ano. O Ministério da Economia também revisou a projeção para o IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna) de 2019, de 4,4% para 4,3%. A estimativa da pasta para a Selic média em 2019 passou de 7,2% para 6,5% ao ano.
A projeção do governo para o câmbio médio em 2019 passou de R$ 3,60 para R$ 3,70. E a estimativa de alta da massa salarial nominal sofreu forte queda de 7,5% para 5,1% este ano. Os dados constam do Relatório Bimestral de Receitas e Despesas Orçamentárias divulgado na sexta-feira pela pasta da Economia.
Economia vai cortar R$ 29,79 bilhões em gastos
O Ministério da Economia anunciou também um corte de R$ 29,792 bilhões nas despesas do Orçamento de 2019 para assegurar o cumprimento da meta fiscal, que permite déficit de até R$ 139 bilhões neste ano. O contingenciamento foi necessário devido à forte queda nas receitas e ao aumento de despesas obrigatórias, como folha de pessoal.
A Lei Orçamentária continha uma folga de R$ 10 milhões em relação à meta fiscal. Além desse espaço, o governo ainda precisou bloquear outros R$ 29,782 bilhões em despesas. Segundo as estimativas do governo, a previsão de receitas administradas para 2019 caiu R$ 11,16 bilhões devido a variações nos parâmetros da atividade econômica a arrecadação abaixo do esperado no IPI e no Imposto de Importação. Houve ainda queda de R$ 6,73 bilhões na previsão de arrecadação do RGPS.
O governo também retirou do Orçamento as receitas esperadas com a privatização da Eletrobras (R$ 12,2 bilhões). Segundo o secretário especial da Fazenda, Waldery Rodrigues Júnior, a arrecadação foi retirada do Orçamento de 2019 por um “princípio prudencial”. Ele afirmou, porém, que o governo segue tralhando para viabilizar a operação.
“Não consideraremos a receita neste momento, mas voltaremos [a considerar] tão logo tenhamos indícios materiais de que a privatização acontecerá este ano”, afirmou. “Todo esforço e energia do governo federal está sendo feito na direção de privatização ser implementada este ano”, disse.
Apesar disso, o total com concessões cresceu R$ 1,292 bilhão porque foram incluídas receitas com bônus de assinatura de leilões de petróleo e aeroportos já realizados. A expectativa de arrecadação com royalties, por sua vez, caiu R$ 11,615 bilhões porque houve mudança nos parâmetros de barril de petróleo e câmbio. O preço do petróleo caiu de US$ 74,00 para US$ 65,4 e do câmbio passou de R$ 3,60 para R$ 3,70.