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Política O Ministério Público Federal diz que Michel Temer criou um sistema para acompanhar investigações e suspeita que o grupo chefiado pelo ex-presidente tentava fraudar ou destruir documentos que revelariam pagamento de propina

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Ex-presidente Michel Temer chegando na sede da Polícia Federal no Rio de Janeiro. (Foto: Reprodução de TV)

Ao defender a manutenção da prisão do ex-presidente Michel Temer, procuradores do MPF (Ministério Público Federal) destacaram que a organização criminosa liderada pelo ex-presidente acompanhava atentamente todas as apurações do caso. Sob coordenação de José Baptista Lima Filho, o coronel Lima, o grupo tentava fraudar e destruir documentos que comprovassem o recebimento de propina. As informações são do jornal O Dia.

Ainda segundo os procuradores do MPF, houve até pagamento de propina a testemunhas do esquema que pudessem colaborar com a Justiça. Ex-policial, o coronel Lima usava sua experiência como coordenador do “esquema de contrainteligência”, segundo as investigações.

“Eles usaram esse grande poder que a organização detém para elaborar relatórios de contrainteligência. É diferenciado. A gente já encontrou isso em um ou outro caso, mas não com tal nível de detalhamento. É algo inédito”, informou a procuradora Fabiana Schneider.

De acordo com o MPF, informações da PF (Polícia Federal) indicam que os integrantes do “esquema de contrainteligência” acompanhavam as ações dos policiais federais que trabalhavam na apuração do caso de corrupção. A descoberta da PF foi possível através da obtenção de documentos nos endereços de alvos de duas operações anteriores, em endereços de pessoas ligadas a Temer.

Ciente das investigações, os acusados tomaram o cuidado até de esconder documentos em compartimentos secretos, em diversos endereços. Segundo o MPF, isso aconteceu, sobretudo, com os documentos da Argeplan, uma das principais do esquema, controlada pelo coronel Lima.

“É uma quadrilha com alto poder de influência política e econômica, muito complexa e com muitas ramificações (…) A investigação é gigantesca. Ainda há um volume muito grande para ser investigado”, destacou a procuradora.

Habeas corpus

No total, seis habeas corpus já foram impetrados. Os pedidos feitos pelas defesas de Michel Temer e Moreira Franco, que tinham previsão de serem julgados na quinta-feira, foram adiados. O desembargador Ivan Athié, do Tribunal Regional da 2ª Região (TRF-2), determinou a inclusão dos recursos na pauta de mesa da 1ª Turma Especializada, dia 27, às 13h. Na ocasião, os desembargadores Ivan Athié, Paulo Espírito Santo e Abel Gomes decidirão sobre a soltura dos investigados.

Nesta sexta-feira, o ministro Marco Aurélio de Mello decidiu não analisar o pedido de liberdade da defesa de Moreira Franco apresentado ao Supremo Tribunal Federal (STF). O recurso foi distribuído a Marco Aurélio, uma vez que o magistrado foi relator do inquérito em que ficou decidido que crimes conexos ao caixa 2 devem ser analisados pela Justiça Eleitoral. Na decisão, Mello escreveu que não podem ser permitidas “queima de etapas” do processo.

Janelas chumbadas

O antigo escritório do corregedor da PF, onde Michel Temer está preso desde a noite da última quinta-feira, teve janelas chumbadas para impedir a fuga do ex-presidente. Elas também foram cobertas com película negra para impedir a vista ao pátio interno do prédio. Temer recebeu a visita de dois amigos. Um deles foi o ex-deputado Carlos Marun, que disse que Temer está “inconformado e abatido” com a prisão.

Depoimentos

Michel Temer permaneceu em silêncio durante o interrogatório, na Superintendência Regional da Polícia Federal, onde está preso desde quinta-feira. Segundo Fabiana Schenneider, dos oito presos na operação, apenas o ex-ministro Moreira Franco aceitou falar, negando ter recebido ou oferecido propina.

Segundo ela, o ex-presidente apenas informou, por meio de seus advogados, que não iria se pronunciar. Portanto, nenhuma pergunta foi feita a ele.

“Estamos absolutamente convencidos da necessidade da manutenção da prisão. A gente está falando de uma organização criminosa que assalta o erário há quase 40 anos, em valores muito superiores aos quais estamos acostumados, de R$ 1,8 bilhão, pelo menos”, disse.

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