Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 26 de março de 2019
O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, foi ao Congresso na noite desta terça-feira (26) para ouvir as críticas dos parlamentares à articulação política do governo e defendeu um “pacto de convivência” entre Executivo e Legislativo.
“Vivemos um momento novo, diferente, nós precisamos com humildade, paciência e resiliência construir um caminho de entendimento. O que nós estamos tentando construir é um pacto de convivência, onde o principal alvo é o cidadão brasileiro, que sabe que seu parlamento e o governo legitimamente eleito têm que buscar caminhos de entendimento para que a vida das pessoas mude”, disse o ministro, após a reunião, que durou mais de duas horas.
O ministro diz ter ouvido “coisas importantes” dos parlamentares e afirmou que levará as queixas ao presidente Jair Bolsonaro. Onyx disse que o governo sabe que precisa melhorar na relação com o Congresso. Ele defendeu que sejam superadas “divergências” para aprovar a reforma da Previdência. Ele afirmou que o governo entende a necessidade de respeitar o Legislativo.
“Nós não ganhamos uma folha em branco onde apenas o Executivo escreve. Temos a consciência de que temos responsabilidade de governar, mas isso pressupõe respeitar o Legislativo e o Judiciário e obter dos poderes uma convivência harmônica”, afirmou.
Onyx afirmou que o ministro Paulo Guedes (Economia) tem disposição de comparecer à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) depois que for escolhido um relator.
“No momento em que relator estiver definido, vem o ministro Paulo Guedes, vem quem o Parlamento quiser”, disse.
Falta de habilidade
A reunião foi marcada por queixas quase unânimes dos líderes. Um tema que mobilizou vários parlamentares foi a troca de farpas entre Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Também ouve reclamação sobre mobilizações nas redes sociais contra o Congresso e postagens do presidente e seus familiares.
O líder do PSDB, Carlos Sampaio (SP), diz que fez uma cobrança sobre a falta de habilidade do governo para negociar a reforma. Ele afirmou que Onyx pediu paciência aos líderes para compreender o estilo de Bolsonaro e sua equipe.
“Houve uma cobrança de habilidade do governo. Ele reconhece que há uma falta de habilidade, mas pediu paciência para compreender o estilo”, afirmou o tucano.
O líder do Cidadania, Daniel Coelho (PE), afirmou que a conversa não vai mudar os ânimos se o governo não mudar de atitude.
“A vinda não significa nada, são as atitudes pra frente. Não adianta o ministro vir aqui e um representante PSL agredir alguém logo depois. Nada vai ser alterado por conta dessa conversa apenas”, disse Coelho.