Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 15 de março de 2019
O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse nesta sexta-feira (15) que o presidente Jair Bolsonaro não vai demitir o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez. “Vai demitir coisa nenhuma, o presidente confia nele”, disse o ministro gaúcho, de acordo com informações divulgadas pelo blog da jornalista Andréia Sadi.
Questionado sobre o porquê de o ministro ter sido chamado ao Palácio do Planalto na tarde desta sexta-feira, Onyx respondeu: “Para conversar, somos um time. As pessoas acham e não se deram conta de que somos time e temos alma”.
Há uma pressão de ministros da ala militar para que Vélez deixe o governo federal. Ministros afirmam que o seu colega da Educação causa polêmicas desnecessárias e estão em confronto com Olavo de Carvalho, padrinho de Vélez. No entanto, Onyx disse nesta sexta: “Não sai. Pode cravar que Vélez não sai”.
O ministro da Educação foi chamado para uma reunião no Palácio do Planalto para discutir a crise pela qual atravessa a pasta que ele comanda, centro de uma disputa entre seguidores do filósofo Olavo de Carvalho, militares e técnicos do ministério.
Um dos temas da reunião é a indicação da pedagoga Iolene Lima, ligada a uma igreja evangélica em São José dos Campos (SP), para ser a secretária-executiva do Ministério da Educação.
Apesar de ter sido anunciada por Vélez, a nomeação ainda não foi chancelada pela Casa Civil, passo necessário para que seja efetivada e publicada no Diário Oficial da União. Aos mesmos aliados, o titular da pasta da Educação disse que a nomeação de Iolene será aprovada pelo Palácio do Planalto.
A saída do ministro tem sido cogitada nos bastidores do governo e do Congresso Nacional. Uma definição sobre o assunto, no entanto, tende a ocorrer apenas após a viagem que o presidente Jair Bolsonaro fará aos Estados Unidos a partir deste domingo (15).
Inicialmente indicado por Olavo de Carvalho, “guru” do bolsonarismo com quem se desentendeu mais recentemente, Ricardo Vélez está com dificuldade de se estabelecer politicamente no cargo. A indicação de Iolene Lima, que dirigiu um colégio particular baseado na “educação por princípios”, que apresenta as matérias escolares dentro da “cosmovisão bíblica”, seria um aceno à bancada evangélica na Câmara dos Deputados e um nome mais conservador do que Rubens Barreto, escolha anterior do ministro para a vaga.