Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 15 de maio de 2019
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, colocou a culpa nos governos anteriores pelo congelamento do orçamento na área e voltou a criticar as universidades federais e a minimizar o impacto dos bloqueios de verbas.
Weintraub prestou esclarecimentos sobre os cortes na educação no plenário da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (15). Ele foi convocado por parlamentares. A manobra foi articulada por líderes do Centrão, com a ajuda da oposição.
O ministro teve embates com deputados da oposição, o que gerou pequenos tumultos, mas o encontro ocorreu com clima mais ameno do que se esperava. Isso não significa necessariamente um distensionamento do embate entre o Legislativo e o Executivo. Parlamentares do Centrão dizem, nos bastidores, que a própria convocação já seria suficiente para demonstrar insatisfação e poder. Poupar o ministro de confrontos diretos seria uma forma de não cortar o diálogo com o governo.
Outro episódio que causou tensão com o Congresso foi uma ligação feita por Bolsonaro para pedir o recuo dos cortes ao ministro. O contato ocorreu na terça-feira (14), em reunião do presidente com líderes de PV, Pros, PSC, Avante, PSL e Cidadania. As siglas, apesar de independentes, ensaiavam uma aproximação com o governo.
A Casa Civil negou que o presidente tivesse feito o pedido. A líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), chamou a informação de “boato barato”.
Mas Weintraub confirmou a ligação e disse que conseguiu convencer Bolsonaro a manter os bloqueios. “Os deputados ouviram o presidente falando comigo, mas não eu falando com o presidente”, afirmou. Segundo Weintraub, ele teria explicado a Bolsonaro que a medida não se tratava de cortes, mas de contingenciamento.