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Por Redação O Sul | 9 de julho de 2017
Considerado peça-chave em uma eventual mudança de comando no governo, Henrique Meirelles já discutiu, reservadamente, a possibilidade de permanecer no Ministério da Fazenda caso Michel Temer seja afastado do comando do Executivo e substituído pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Em conversas com aliados e investidores sobre a deterioração do cenário político, o ministro apontou que a equipe econômica só aceitaria permanecer sob um novo presidente caso haja garantias de autonomia ampliada – principalmente sobre a escolha da cúpula do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Ao longo da semana, o titular da pasta se reuniu com representantes do setor financeiro que o questionaram sobre o futuro da política econômica caso Maia assuma. Ouviu apelos para que fique no ministério nessa hipótese.
A principal preocupação é a a reforma da Previdência. Investidores e banqueiros acreditam que Temer perdeu capital político e não será capaz de conduzir mudanças nas regras de aposentadoria na dimensão que julgam necessária. Maia tenta convencer o setor financeiro de que pode ser um novo fiador dessa agenda.
A disposição do ministro diante de uma mudança de governo é comedida porque a dificuldade de recuperação econômica criou obstáculos aos seus planos políticos. Meirelles projetava uma candidatura ao Planalto em 2018.
A manutenção do comando da equipe econômica também é uma expectativa de parte da classe política que acena com apoio a Maia. Em uma conversa recente, o presidente do PSDB, Tasso Jereissati (que defende o desembarque do partido do governo Temer), disse ao presidente da Câmara que Meirelles é essencial para garantir a estabilidade.