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Brasil O Ministro da Fazenda tenta atrair o presidente Michel Temer e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, para a sua candidatura à Presidência da República

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A distribuição de renda justifica a alíquota, diz Meirelles. (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, fez um cálculo político estratégico nas últimas semanas e decidiu investir de forma mais incisiva em busca do apoio de Michel Temer e Rodrigo Maia à sua candidatura em 2018.

Espremido pela disputa entre o PMDB do presidente da República e o DEM do chefe da Câmara —que procuram um nome para as eleições do próximo ano—, Meirelles avalia que precisa se consolidar como a opção de centro-direita aclamada por Maia, ao mesmo tempo em que faz a defesa do legado de Temer.

A recente influência do presidente da Câmara na redistribuição de cargos no governo mirava a articulação de uma aliança entre PMDB, DEM e partidos do centrão, como PR, PP e PSD, para as eleições de 2018. O objetivo era bem claro: isolar Geraldo Alckmin, provável candidato do PSDB à Presidência.

Filiado ao PSD, Meirelles resolveu se antecipar para encabeçar essa possível chapa e estabeleceu um piso de 5% das intenções de voto nas pesquisas de março como gatilho para se lançar na corrida ao Palácio do Planalto — hoje ele tem 2%.

Caso não chegue a esse patamar no mês em que os ministros que concorrerão às eleições precisam deixar os cargos no governo, Meirelles pode desistir da disputa.

A operação desencadeada pelo ministro já teria contado com reuniões reservadas com Maia e uma sinalização direta a Temer de sua disposição em ser o candidato governista.

O presidente disse a seus principais assessores que gosta da ideia de Meirelles, visto que o ministro afirmou que, desde já, defenderá o governo do peemedebista.

“Temer se interessa por quem defender seu legado”, argumenta o ministro Moreira Franco (Secretaria-Geral).

No último dia 19, um domingo, Meirelles se reuniu com Maia em sua residência oficial e tratou de um possível apoio do PSD ao DEM nos Estados em que o presidente da Câmara tem mais interesse: Rio de Janeiro e Bahia.

No primeiro, Maia quer eleger seu pai, Cesar Maia, governador, e, no segundo, alçar ACM Neto, prefeito de Salvador e seu principal aliado, ao Palácio Rio Branco.

Sem o compromisso do presidente do PSD, Gilberto Kassab, com seu projeto presidencial — Kassab quer ser vice de José Serra (PSDB) em uma eventual candidatura do tucano ao governo de São Paulo —, Meirelles poderia migrar para o DEM ou até para o PMDB e, assim, liderar a chapa governista.

Maia, por sua vez, também flerta com a ideia de ser ele próprio o candidato de centro-direita em 2018 e, por isso, ainda não se compromete com o ministro.

Em conversas com aliados, o presidente da Câmara diz que o PSD não pode se comprometer com o apoio ao DEM no Rio e na Bahia em troca de um acordo nacional, visto que Kassab tem seus próprios projetos. Acrescenta que, agora, também não pode garantir que Meirelles seja o candidato de seu partido.

Os entusiastas da aliança, porém, dizem que poderia haver um acordo tácito entre ambos até março: quem estivesse melhor nas pesquisas, por exemplo, sairia candidato, garantindo espaço para o outro no eventual governo.

Temer coloca o cenário sob outra perspectiva. Para o presidente, uma “equação possível” é ter Meirelles como candidato e Maia vice.

Apesar dos movimentos de articulação política bastante concretos, Meirelles sabe que precisará fazer um grande esforço se quiser alcançar 5% nas pesquisas até março.

Sua imagem está ligada a uma agenda impopular, protagonizada pelo ajuste fiscal e pela reforma da Previdência, as principais bandeiras do governo Temer.

Sem tempo de TV até lá — apenas um programa do PSD será exibido em dezembro com o ministro —, Meirelles quer investir no eleitorado evangélico para crescer nas intenções de voto.

Para engrossar as estratégias de quase pré-campanha, a equipe do ministro encomendou pesquisas sobre o perfil desse eleitorado e continuará investindo em reuniões com Maia após a votação da Previdência.

A votação da reforma, segundo aliados de Temer, poderia funcionar como alavanca da chapa governista, porque mostraria a liderança de Maia e animaria os números da economia, vitrine para o desempenho de Meirelles.

O governo, porém, ainda está longe de ter o apoio dos 308 deputados necessários para aprovar a medida e a votação na Câmara pode ficar só para o ano que vem.

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