Quinta-feira, 28 de março de 2024
Por Redação O Sul | 6 de maio de 2018
A França desaprovou de forma severa declarações realizadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre os ataques terroristas de novembro de 2015, em Paris, para defender sua posição sobre a livre circulação de armas. Em nota divulgada neste sábado (6), o ministro do Exterior francês, Jean-Yves Le Drian, pediu mais respeito pelas vítimas, expressou “firme desaprovação” às afirmações e defendeu a legislação vigente na França sobre a restrição ao porte de armas de fogo.
De acordo com Le Drian, a livre circulação de armamento “não constitui um bloqueio a ataques terroristas e pode facilitar o planejamento desse tipo de ação”. O texto afirma que cada país deve definir as suas próprias regras sobre o tema e que a França “está orgulhosa de ser um país onde a compra e o porte de armas de fogo estão rigidamente regulamentados”.
Na sexta-feira (4), Trump justificou a facilidade para se obter uma arma nos EUA em nome do “direito de liberdade”, durante discurso na convenção anual da Associação Nacional do Rifle (NRA). Ele também disse que a França é um dos países com a legislação mais restritiva para o porte de armas e, citando o massacre na casa de espetáculos Bataclan, afirmou que, “se alguém naquele lugar tivesse uma arma (…), a história teria sido outra”.
Depois, ele lamentou que “ninguém” tenha arma em Paris e afirmou que as pessoas que morreram naquela noite “foram brutalmente assassinadas por um grupo de terroristas armados”.