Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 21 de setembro de 2017
Adversários ferrenhos, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes e o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot embarcaram nesta quinta-feira (21) no mesmo voo da TAP. O ministro, que também é presidente do TSE, está a caminho da Alemanha para acompanhar a eleição presidencial. Por pouco os dois não sentaram lado a lado. A poltrona de Gilmar fica atrás da ocupada por Janot.
Os dois não se cumprimentaram na fila de embarque. O fato não passou desapercebido por vários passageiros, que não disfarçaram a surpresa com a cena inusitada.
Na sua primeira semana de folga, Janot decidiu descansar na Europa. Segundo interlocutores ele está indo para a Itália. Tanto ele quanto Mendes se encontrarão novamente no aeroporto de Portugal para fazer suas devidas conexões.
O encontro dos dois no avião ocorre um dia depois de Mendes ter defendido, durante sessão no STF, que Rodrigo Janot deveria ter pedido a própria prisão diante do malogro das investigações do caso JBS. O ministro, que foi procurador da República nos anos 1980, seguiu. “Eu sou da turma de 84. Certamente já ouvimos falar de procuradores preguiçosos, de procuradores violentos, alcoólatras, mas não de procuradores ladrões. É disso que se cuida aqui, corruptos num processo de investigação. Essa pecha a Procuradoria não merecia ao fazer investigação criminal.”
CPMI da JBS
Após duas reuniões sem conseguir colocar em votação os mais de 200 requerimentos na pauta, a CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) da JBS aprovou, em cerca de dez minutos, mais de 50 dos pedidos feitos por integrantes do colegiado. Entre eles, o convite para ouvir o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, que deixou o cargo no último domingo (17).
Os requerimentos foram aprovados na manhã desta quinta, em votação simbólica. Dos 37 parlamentares, entre deputados e senadores, que fazem parte do colegiado, apenas doze estavam presentes no momento da aprovação dos pedidos.
“Não concordo que o ex-procurador venha como investigado, mas sim como convidado. Que ele venha para tirar dúvidas. Mas que não venha um deputado para trazer ataques em tom de vingança”, afirmou o deputado Delegado Francischini (SD-PR), um dos subrelatores da CPMI. Além de Janot, a comissão ainda aprovou convite para ouvir o procurador Eduardo Pelella, que foi chefe de gabinete do ex-procurador-geral.