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Brasil O Ministro Teori Zavascki atuou como estudante e professor da UFRGS por 18 anos. Amigos e colegas lembram de um jurista discreto e com saber jurídico

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Teori Zavascki foi professor de Direito da UFRGS na década de 1990. (Crédito: Reprodução)

O ministro Teori Zavascki começou a carreira de jurídica em Porto Alegre. Morto em um acidente aéreo em Paraty, no Rio de Janeiro, na tarde de quinta-feira (19), ele deve ser sepultado na Capital gaúcha, conforme a família. Para pessoas que tiveram contato com ele durante sua trajetória como docente na UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), mesmo fora do Estado, ele nunca perdeu a condição de professor.

Formado em Ciências Jurídicas e Sociais pela UFRGS, também cursou mestrado, doutorado e se especializou em Direito Processual Civil, mas também atuou como docente da instituição, que nos seus corredores ainda tem vários quadros do tempo em que foi professor homenageado das turmas de Direito.

“O ministro Teori tinha aquela sua característica de ser uma pessoa ao mesmo tempo séria e afável, diria uma pessoa elegante e com rigor. Os alunos adoravam o ministro Teori. Na época em que ele ainda estava na graduação, eram disputadas as vagas pelo ministro Teori na cadeira de Direito Processual Civil”, conta o diretor da Faculdade de Direito da UFRGS, Danilo Knijnik.

Fora do ambiente acadêmico no Rio Grande do Sul, Teori Zavaski assumiu a coordenação estadual dos serviços jurídicos do Banco Central do Brasil, para depois atuar no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, entre 1989 e 2003, onde foi presidente. Nesse período ele também foi juiz do Pleno do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul, e desde 2012, era ministro do Supremo Tribunal Federal.

No entanto, mesmo depois de assumir um dos cargos mais importantes do país, o ministro manteve o vínculo com a universidade, onde estudou e foi professor durante 18 anos. Ele participava de bancas de mestrado, doutorado e dava palestras, sempre concorridas. “O ministro Teori, embora vinculado nos últimos anos a sua atividade no Supremo, muito absorvente, nunca deixou de participar da vida da faculdade. Eu diria assim que ele nunca perdeu a sua condição de professor”, afirma Knijnik.

Para o presidente da Associação dos Juízes Federais do Estado do Rio Grande do Sul, Gerson Godinho da Costa, “a perda é lamentável, não apenas para os familiares, não apenas para os colegas, não apenas para os juízes em geral, mas é uma perda que o Brasil deve lamentar. Era de uma conduta idônea, era um homem dedicado, debruçado sobre as suas tarefas, e infelizmente a morte dele pode significar um retrocesso ao tratamento de algumas questões que nos estamos vendo aqui no Brasil, que todos conhecem”.

O presidente estadual da Ordem dos Advogados do Brasil, Ricardo Breier, lembrou de Teori Zavaski como uma pessoa de perfil discreto, que não gostava de exposição, e que preferia mostrar em suas decisões o domínio do saber jurídico.

“Pra nós gaúchos e acho que para a nação jurídica nacional, representa uma perda sem precedentes. Um ministro culto, uma pessoa equilibrada, capacitada e, acima de tudo, com coerência e saber jurídico, como poucos. E isso estava bem representado na condução como relator da Lava Jato. A perda do nosso ministro, sem duvida nenhuma, coloca em rediscussão como vamos seguir os processos da Lava Jato”, analisa Breier.

Por meio de nota, entidades lamentaram a tragédia. O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul diz que a sociedade perdeu um “excelente juiz e um grande brasileiro, com um trabalho marcado pela honestidade, competência, discrição e seriedade”. A Associação de Juízes do Rio Grande do Sul lembrou do jurista que “contribuiu para o desenvolvimento das instituições jurídicas e da ciência do Direito”.

O Ministério Público de Contas Estado também lamentou a morte do homem público dizendo que é uma “genuinamente irreparável perda sofrida pelo Brasil”. (AG)

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