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Mundo O mito de que os homens podem ser pais mesmo em idades avançadas acaba de levar um novo golpe: a idade do homem tem influência no resultado de tratamentos de gravidez, dizem cientistas

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Declínio da capacidade do esperma é fator. (Foto: AP)

O mito de que homens podem ser pais mesmo em idades avançadas, alimentado por casos famosos como de Charles Chaplin – cujo filho Christopher James nasceu em 1962, quando ele tinha 73 anos -, acaba de levar um novo golpe. Pesquisa prevista para ser apresentada nesta terça-feira durante a 33ª Reunião Anual da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia (ESHRE, na sigla em inglês), em Genebra, Suíça, mostra que a idade do parceiro tem uma influência significativa no sucesso de tratamentos de fertilização in vitro (FIV), traduzido pelo nascimento de uma criança viva. A descoberta se soma a estudos anteriores que já tinham mostrado que as chances de uma concepção natural também caiam com a idade do pai.

No novo estudo, pesquisadores liderados por Laura Dodge, do Centro Médico Diaconisa Beth Israel e da Escola de Medicina de Harvard, nos EUA, analisaram todos os ciclos de FIV realizados em uma grande clínica de reprodução assistida na região de Boston entre 2000 e 2014, num total de mais de 19 mil ciclos em 7.753 casais. Eles dividiram os casos em quatro faixas etárias para as mulheres – menos de 30 anos, 30 a 35 anos, 35 a 40 anos e 40 a 42 anos – e cinco para os homens – as mesmas quatro delas, com uma adicional de acima de 42 anos -, e calcularam sua taxa cumulativa de nascimentos vivos, medida em até seis ciclos de tratamento.

Como esperado, nos casais em que a mulher estava na faixa de 40 a 42 anos, a taxa foi menor, com a idade do parceiro aparentemente não tendo nenhuma influência no resultado, o que, segundo os cientistas, reforça o conhecido peso da idade da mulher no sucesso dos tratamentos. Nas demais faixas etárias das mulheres, no entanto, a idade do homem teve uma grande influência na taxa de nascimentos, que caiu à medida que eles eram mais velhos.

“De modo geral, não vimos um declínio significativo nos nascimentos vivos com a mulher tinha um parceiro da mesma faixa etária ou mais novo”, conta Laura, que também estava prevista para apresentar o estudo na reunião em Genebra. “Mas mulheres com entre 35 e 40 anos se beneficiaram significativamente de terem um parceiro com menos de 30 anos de idade, vendo uma alta de quase 30% na taxa cumulativa comparadas com uma mulher cujo parceiro tinha de 30 a 35 anos, saindo de 54% para 70%. Por outro lado, vimos uma queda significativa na incidência de nascimentos vivos entre as mulheres cujos parceiros estavam nas faixas etárias mais velhas. Para mulheres com 30 a 35 anos, ter um parceiro mais velho do que elas foi associado a um decréscimo de aproximadamente 11% na taxa cumulativa, de 70% para 64%, quando comparadas com ter um parceiro na mesma faixa etária que elas.” Os resultados do estudo, porém, não foram uma surpresa para os especialistas .

Mas enquanto nas mulheres este declínio na capacidade reprodutiva é vertiginoso, nos homens a coisa é mais sutil.

Segundo Bibancos, um dos principais fatores que levam à queda da fertilidade masculina é a varicocele, ou o desenvolvimento de varizes nos testículos. Ele explica que a condição ajudam a aquecer os testículos, que precisam estar uns 2 graus Celsius abaixo da temperatura corporal para a boa produção de espermatozoides. Mas o estilo de vida também tem grande influência na manutenção da saúde reprodutiva do homem, que depende principalmente do tripé “peso-sono-estresse crônico”, destaca.

“A reposição hormonal à noite, durante o sono, é essencial, e o excesso de peso e estresse crônico provocam um desequilíbrio hormonal que diminui a produção de testosterona. E temos ainda fatores sistêmicos como diabetes, colesterol alto etc. Tudo isso, com certeza, piora a qualidade do sêmen. O testículo não é um compartimento isolado. Ele faz parte do corpo e tudo que circula no nosso organismo, como drogas e álcool, pode prejudicar muito a produção seminal.”

A partir da análise dos espermatozoides, a pesquisa acentua que a infertilidade não é um problema exclusivamente feminino. O levantamento adquire ainda mais importância se for considerada a atual composição das famílias.

Homens e mulheres querem ter filhos cada vez mais tarde, para que consigam organizar sua vida profissional e financeira. Além disso, após a separação, muitas vezes o homem constitui uma nova família aos 50 ou 60 anos de idade.

Estudos recentes mostram que, em homens mais velhos, o DNA do espermatozoide pode sofrer fragmentação, uma ação que também reduz a fertilidade. Além disso, pais com idade avançada têm maiores chances de terem filhos com autismo. (AG)

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