Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 24 de setembro de 2018
O juiz Brett Kavanaugh tornou-se alvo no domingo (23) de uma segunda acusação de abuso sexual, desta vez por uma mulher que foi sua colega na Universidade de Yale nos anos 1980. À revista “The New Yorker”, Deborah Ramirez, hoje com 53 anos, relatou que, durante uma festa num dormitório universitário, Kavanaugh expôs seus órgãos sexuais em público, colocou o pênis no rosto dela e a forçou a tocá-lo sem consentimento, enquanto ela tentava se afastar. Deborah pede que o FBI investigue.
Juiz nega ter cometido o abuso
Ainda segundo a “New Yorker”, os gabinetes de quatro senadores democratas receberam informações sobre as acusações de Deborah, e ao menos dois abriram inquéritos. A ex-colega do juiz diz que a violência ocorreu entre 1983 e 1984, quando Kavanaugh era calouro e ela, estudante de Sociologia e Psicologia. Em nota, o juiz negou ter cometido o abuso. E a Casa Branca voltou a defendê-lo, acusando democratas de criar uma campanha para manchar o nome de “um bom homem”.
Estuprada quando tinha 15 anos
Esta é a segunda denúncia de abuso sexual contra o indicado à Suprema Corte, que já vinha tendo sua nomeação questionada por conta dos relatos da professora Christine Blasey Ford, que afirma ter sido estuprada por Kavanaugh quando tinha 15 anos numa festa. Ele tinha 17 anos.
Em entrevista ao “Washington Post”, Christine Ford disse que, quando ainda era uma estudante de ensino médio, em uma festa num subúrbio de Maryland, perto de Washington, Kavanaugh e um amigo, “ambos completamente bêbados”, a encurralaram em um quarto. O primeiro teria então cometido os abusos. No relato, ela contou que, “enquanto o seu amigo observava, Kavanaugh a forçou sobre uma cama e a apalpou, esfregando seu corpo contra o dela e desajeitadamente tentando tirar suas roupas”. Quando ela tentou gritar, segundo Ford, Kavanaugh tapou sua boca.
Kavanaugh planeja entregar à Comissão Judiciária do Senado suas agendas do verão de 1982, que mostrariam que ele não abusou de Christine Ford. A sua equipe reconhece, porém, que as agendas não contestam as alegações — ele poderia ter participado de uma festa que não listou. O juiz e a professora testemunharão na Comissão Judiciária na quinta-feira (27).
Apoiado pelo presidente Donald Trump
Kavanaugh nega todas as acusações e afirma que está pronto para depor, a fim de esclarecer a história e refutar Ford. Apoiado pelo presidente Donald Trump, Kavanaugh chegou a ser defendido pelo mandatário no Twitter. Em uma publicação, Trump afirmou que, se o suposto ataque “fosse tão grave quanto ela diz”, a mulher teria registrado queixa na polícia, ou contado a seus pais o que aconteceu.