Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 9 de abril de 2016
O Panamá é um dos últimos “buracos negros” das finanças internacionais e vai sofrer crescente pressão para acabar com a opacidade das operações bancárias em seu mercado, que outros paraísos fiscais já tiveram que abandonar. É o que diz o diretor de tributação da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico, Pascal Saint-Amans. Ele não se mostrou surpreso com a dimensão do Panamá Papers, revelado pelo vazamento de 11,5 milhões de e-mails, contratos e extratos de contas bancárias do escritório de advocacia Mossack Fonseca.
Para Saint-Amans, o segredo bancário para encobrir evasão fiscal está em regressão no mundo e o que resta acabou se concentrando no Panamá nos últimos tempos, pela recusa desse país em aplicar os padrões internacionais de transparência fiscal. Em outros paraísos fiscais, a maioria dos clientes do setor financeiro offshore (fortunas geridas fora do país de origem) aceitou regularizar sua situação com o Fisco. Quem não o fez escondeu a fortuna com ajuda do Panamá. Para o diretor de tributação, o sigilo financeiro a clientes que buscam esconder ativos é mantido em boa parte pela forte pressão das firmas de advocacia sobre o governo do Panamá. (Assis Moreira/Valor Econômico)