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Por Redação O Sul | 24 de abril de 2017
Ao se referir aos campos de detenção de refugiados como “campos de concentração”, em declaração feita no sábado (22), durante uma visita à Basílica de São Bartolomeu na Ilha Tiberina, em Roma (Itália), o Papa Francisco despertou a reação do Comitê Judaico Americano, que pediu ao pontífice que “reconsidere sua lamentável escolha de palavras”, ao usar o termo “campo de concentração”.
“As condições nas quais imigrantes atualmente vivem em alguns países europeus podem ser difíceis, e merecem ainda grande atenção internacional, mas certamente não são campos de concentração”, disse o diretor-executivo do Comitê Judaico Americano, em um comunicado.
“Os nazistas e seus aliados ergueram e usaram os campos de concentração para o trabalho escravo e o extermínio de milhões de pessoas durante a Segunda Guerra Mundial. Não há comparação à magnitude dessa tragédia”, disse.
O Papa Francisco ao encontrar com migrantes no sábado, em visita à basílica. Referindo-se à uma visita que fez a um campo de refugiados em Lesbos no anos passado, ele comentou o encontro que teve com um refugiado muçulmano do Oriente Médio, que lhe dissera que “terroristas haviam chegado ao seu país”. E a esposa do homem teria sido morta porque se recusou a jogar no chão um crucifixo.
“Não sei se ele conseguiu deixar o campo de concentração – porque os campos de refugiados, muitos deles, são como os de concentração, por causa do grande número de pessoas que são postas lá dentro”, disse o Papa. (AG)