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Mundo O papa nomeou um assessor antipedofilia para investigar novas denúncias de abuso

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Charles Scicluna liderou investigação que culminou na prisão de sacerdote. (Foto: Reprodução)

Acuado por uma nova onda de denúncias sobre casos de abuso sexual na Igreja Católica, o papa Francisco decidiu nomear um dos mais respeitados juristas a enfrentar o problema para um posto-chave do Vaticano. Nascido no Canadá e atual arcebispo de Malta, Charles Jude Scicluna, 59, é o novo secretário-adjunto da CDF (Congregação Para a Doutrina da Fé), órgão responsável por garantir a pureza doutrinária do catolicismo – e também por punir sacerdotes pedófilos ou que cometem outros delitos de natureza sexual.

Como secretário-adjunto, o arcebispo se torna o número três da congregação, embora mantenha o comando da arquidiocese maltesa.

Scicluna tem doutorado em direito canônico (a legislação interna da Igreja) e foi colaborador próximo do atual papa emérito Bento 16 antes que ele se tornasse pontífice e durante seu papado.

Sua primeira investigação de relevo sobre casos de abuso sexual cometidos por padres levou, em 2006, à condenação do sacerdote mexicano Marcial Maciel Degollado, fundador do grupo Legionários de Cristo, célebre por obter grandes doações de membros da elite do México.

No começo de 2018, o arcebispo maltês foi convocado pelo papa Francisco, junto com o prelado espanhol Jordi Bertomeu, funcionário da CDF, para reavaliar as acusações de que bispos do Chile teriam acobertado abusos cometidos por padres no país sul-americano

Um dos bispos acusados, Juan Barros, tinha sido designado para a diocese de Osorno pelo próprio Francisco, e o papa afirmara acreditar na inocência dele. Confrontado por vítimas, o pontífice pediu que o caso fosse analisado de novo.

Em parte por causa do relatório produzido por Scicluna e Bertomeu, Francisco anunciou ter subestimado a extensão do problema no Chile. Depois disso, os 34 bispos do país renunciaram – por enquanto, Francisco aceitou sete dessas renúncias, incluindo a de Barros, mas o número ainda pode aumentar.

Uma das vítimas chilenas dos abusos, Juan Carlos Cruz, saudou a indicação do maltês para o novo cargo nas redes sociais. “Scicluna provou que se importa com os sobreviventes dos abusos e com a tragédia da ocultação desses casos”, declarou ele.

As investigações no Chile e em outros lugares, no entanto, não foram suficientes para eximir o papa de críticas – as quais, aliás, tornaram-se mais comuns e severas a partir do fim de agosto de 2018. Foi quando Carlo Maria Viganò, ex-núncio (enviado diplomático do Vaticano) nos EUA, divulgou uma carta na qual acusava Francisco de acobertar o cardeal americano Theodore McCarrick, acusado de conduta imprópria com seminaristas (tocando-os e convidando-os a passar a noite em sua residência, por exemplo).

O papa se recusou a comentar as afirmações de Viganò. Em fevereiro de 2019, representantes de conferências episcopais do mundo todo (similares à CNBB brasileira) devem se reunir no Vaticano, a pedido de Francisco, para discutir medidas unificadas contra crimes sexuais na Igreja.

A conferência nacional de bispos dos EUA, que se preparava para votar possíveis medidas para enfrentar o problema nesta semana (como a divulgação de uma lista dos sacerdotes que estão sendo investigados), acabou tendo de recuar a pedido da Santa Sé, que justificou a medida citando o encontro de fevereiro como fórum adequado para a questão.

 

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