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Mundo “Eu imploro o perdão de Deus por estes pecados”, disse o papa sobre os abusos sexuais na Igreja Católica.

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O encontro convocado pelo pontífice acontecerá em fevereiro de 2019. (Foto: Reprodução)

O papa Francisco “implorou”, no domingo (26), “o perdão do Senhor” pelas agressões sexuais cometidas na Irlanda por padres católicos, no segundo dia de sua visita ao país. “Eu imploro o perdão do Senhor por estes pecados, pelo escândalo e pela traição sentida por muitas pessoas na família de Deus”, declarou o papa durante uma visita ao Santuário de Knock, a 180 km de Dublin. As informações são das agências de notícias AFP e Efe.

Desde 2002, mais de 14.500 pessoas foram vítimas de abusos sexuais por membros do clero na Irlanda. A hierarquia da Igreja irlandesa é acusada de ter encoberto centenas de padres. Várias investigações também revelaram práticas ilegais de adoção de crianças nascidas de mulheres solteiras, realizadas pelo Estado irlandês com a cumplicidade da Igreja Católica. A magnitude desses escândalos explica em parte a perda de influência da Igreja sobre a sociedade irlandesa, historicamente muito católica, nos últimos anos.

“Nenhum de nós pode evitar sentir-se comovido com as histórias de crianças que sofreram abusos, que tiveram sua inocência roubada e que foram abandonadas a dolorosas lembranças. Isso nos desafia a ser firmes e determinados na busca da verdade e da justiça”, disse o pontífice.

No sábado (25), em Dublin, o papa falou de sua “vergonha” e “sofrimento” diante do “fracasso das autoridades da Igreja” para enfrentar adequadamente os “crimes hediondos” do clero na Irlanda. Antes de Francisco, Bento XVI, seu antecessor, escreveu em 2010 uma carta a todos os católicos irlandeses, reconhecendo a responsabilidade da Igreja nos abusos cometidos no país.

Protestos

Vários grupos de vítimas dos abusos cometidos pelo clero na Irlanda organizaram protestos no sábado (25) em Dublin, na primeira jornada da viagem de dois dias que o papa Francisco faz a este país para participar do Encontro Mundial das Famílias.

Um desses atos ocorreu em frente ao Castelo de Dublin, onde o pontífice abordou a questão dos abusos diante de uma audiência de autoridades e membros do corpo diplomático, depois do discurso do primeiro-ministro irlandês, o democrata-cristão Leo Varadkar.

O protesto foi organizado pela irlandesa Margaret McGuckin, sobrevivente dos abusos cometidos por religiosas no internato Casa de Nazaré. Ela contribuiu com um dos órgãos estatais de investigação de casos históricos de abusos. “O papa tem agora que dar a cara e fazer algo pelas vítimas. Precisamos que sejam concedidas compensações, necessitamos que a Igreja se responsabilize”, declarou McGuckin à imprensa.

Esse processo deve contemplar também ações para “levar aos tribunais” os “bispos, sacerdotes, freiras e qualquer outra pessoa” envolvida com “o abuso de menores ou na ocultação dos abusos”, ressaltou a ativista. Em sua opinião, as autoridades devem atuar com “tolerância zero” e impedir que a Igreja “investigue a si mesma”.

Outro grupo de manifestantes desfraldou bandeiras e cartazes de protesto na Dame Street, na rota pela qual o papamóvel percorrerá as ruas de Dublin diante de mais de 100 mil pessoas, segundo as previsões da polícia irlandesa.

Nesse coletivo, estava o ativista britânico Peter Saunders, vítima de abusos e fundador da Associação Nacional de Pessoas que Sofreram Abusos na Infância (NAPAC, em sua sigla em inglês).

Saunders também fez parte da Pontifícia Comissão para a Proteção de Menores, estabelecida por Francisco em 2014, mas a deixou diante da suposta falta de cooperação de alguns órgãos da cúria romana.

“Vim à Irlanda para oferecer aqui o meu apoio aos sobreviventes. Se [a Igreja Católica] fosse como qualquer outra organização, seu dirigente deveria fazer-se responsável por resolver um problema da sua companhia”, declarou Saunders, ressaltando que os responsáveis devem responder diante da Justiça.

“As palavras são muito bonitas, mas queremos ver ações.” Em um dos dos cartazes de protesto pelos quais o papa passou, lia-se a inscrição, em inglês: “Papa, cabeça do maior círculo de pedofilia da história da humanidade”.

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