Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 10 de janeiro de 2019
O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, anunciou nesta quinta-feira (10) o rompimento das relações diplomáticas com a Venezuela. A decisão foi anunciada logo após a posse do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que cumprirá o segundo mandato.
“O governo da República do Paraguai, no exercício de seus poderes constitucionais e de soberania nacional, adota hoje a decisão de romper relações diplomáticas com a República Bolivariana da Venezuela”, disse Mario Abdo, informando que determinou o fechamento da representação diplomática paraguaia no país. “Organizei o fechamento de nossa embaixada e a retirada imediata de pessoal diplomático do Paraguai acreditado naquele país.”
O presidente paraguaio ressaltou que a decisão é baseada no não reconhecimento do novo mandato de Maduro, que considera “resultado de um processo eleitoral ilegítimo”.
Democracia
Para Mario Abdo, os líderes políticos devem adotar medidas que protejam a população venezuelana e a democracia: “a causa da liberdade, da democracia, a causa da Venezuela é uma causa justa”. “Que Deus proteja a Venezuela e abençoe o Paraguai”, concluiu o presidente paraguaio.
Mario Abdo esclareceu que esta decisão não implica falta do Paraguai a seu compromisso com a Venezuela em dívida pela empresa petrolífera estatal Petropar com a PDVSA da Venezuela, de acordo com o Acordo de Caracas em 2004. “Essa dívida, que está agora no processo de litígio, será homenageada pelo Estado paraguaio em forma e tempo, e esse dinheiro servirá para a reconstrução da democracia na Venezuela “, disse Abdo.
A OEA (Organização dos Estados Americanos) aprovou também nesta quinta uma declaração conjunta na qual diz que não reconhece a legitimidade do novo mandato do presidente reeleito da Venezuela, Nicolás Maduro. A iniciativa ocorreu logo após a posse de Maduro, em Caracas, que assumiu para um mandato presidencial de seis anos, no período de 2019 a 2025.
O Conselho Permanente da OEA se reuniu extraordinariamente para discutir a situação de Maduro e da Venezuela. A declaração foi aprovada com 19 votos a favor, 6 contrários, 8 abstenções e 1 ausência. O Brasil votou favoravelmente à medida. Ao lado da Venezuela ficaram Bolívia e Nicarágua, entre outros países.
No começo do mês, o Grupo de Lima, formado por 14 países, inclusive o Brasil, aprovou manifestação semelhante, na qual recomendou que Maduro transmita o poder para a Assembleia Nacional, que assumirá o compromisso de promover novas eleições.
Segundo o grupo, não houve legitimidade no processo de reeleição de Maduro. Em declaração conjunta, divulgada após a reunião em Lima, no Peru, o grupo reitera que a reeleição “carece de legitimidade” porque não contou com a “participação de todos os atores políticos venezuelanos, nem com a presença de observadores internacionais independentes”.