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Mundo O Parlamento do Paraguai vai apurar a atuação do presidente e do vice daquele país, ainda ameaçados de impeachment, em razão de pacto assinado com o governo brasileiro

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O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, nomeou um novo ministro da Saúde. (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

O Paraguai anunciou na sexta-feira (2), a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a atuação do presidente Mario Abdo Benítez e do vice-presidente Hugo Velázquez no acordo assinado em maio com o governo brasileiro para a renegociação da venda de energia paraguaia vinda de Itaipu, anulado na quinta-feira. Eles ainda estão ameaçados de impeachment. As informações são do jornal Estado de S. Paulo.

O pacto previa um aumento gradual do valor pago pelos paraguaios. A CPI investigará se houve de fato traição à pátria e afronta à soberania paraguaia, acusações feitas pela oposição.

Os nomes dos cinco senadores que compõem a mesa foram divulgados na sexta. Dois são integrantes do ANR (Partido Colorado), governista, enquanto outros dois fazem parte do PLRA (Partido Liberal Radical Autêntico), principal opositor de Abdo Benítez. A composição do restante do grupo, de cinco deputados, deve ser anunciada na segunda-feira.

“Haverá uma disputa política muito forte, porque estão representados todos os setores, incluindo aqueles que sustentam de maneira clara que existem elementos para abrir um processo político”, disse à reportagem o sociólogo e analista político paraguaio Camilo Soares.

Embora a função da comissão não seja encaminhar um processo de impeachment contra Benítez ou Velázquez, ela poderia encontrar informações relevantes que mostrem que houve um ato de corrupção. “Se isso acontecer, o pedido de impeachment dos deputados certamente ganhará força”, avalia Soares.

O presidente e o vice seguem na mira de um pedido de impeachment. Apesar do cancelamento do acordo com o Brasil ter sido visto como uma medida para manter Benítez no poder, o PLRA deve apresentar na Câmara um pedido de julgamento político contra o presidente e seu vice. Os 30 deputados do partido ainda precisam de mais apoio para compor os 53 votos necessários para a aprovação do pedido em plenário.

Apesar de, inicialmente, o Partido Colorado ter se manifestado a favor do impeachment, a vertente ligada ao ex-presidente do Paraguai, Horacio Cartes (2013-2018), decidiu apoiar o presidente. O PLRA não deve ceder, já que metade do partido segue a ala ligada ao presidente do partido, Efraín Alegre, derrotado por Benítez nas eleições presidenciais de 2018.

Escândalo

A imprensa do Paraguai divulgou na sexta-feira novas mensagens de celular atribuídas a Pedro Ferreira, ex-presidente da estatal elétrica paraguaia Ande, e ao advogado José Rodríguez González, assessor jurídico da vice-presidência do Paraguai.

Elas indicam o envio de uma carta de intenções ao empresário Alexandre Giordano, suplente do senador Major Olímpio (PSL-SP), mencionando a possibilidade de compra de energia da Ande. Giordano disse que não se recorda da carta e voltou a negar qualquer relação da sua ida ao Paraguai com a retirada de uma cláusula do acordo bilateral que permitiria a venda de energia a pessoas jurídicas sem autorização da Eletrobras.

“Isso deve ser uma briga política deles. Não tenho nenhuma relação com esse acordo. A Léros me chamou e eu fui lá escutar a proposta da Ande sobre venda de energia. Existe uma licitação aberta, que é pública. Eu não comprei nada. A própria Léros não assinou nada”, afirmou.

Giordano também negou ter se apresentado como senador e usado o nome do presidente Jair Bolsonaro na reunião com diretores da Ande. Filiado ao PSL, ele é dono de empresas de mineração, terraplenagem e instalação de materiais metálicos usados em torres de energia e se diz fornecedor da Léros, que é geradora e comercializadora de energia no Brasil. A reportagem tentou contato com Kléber Ferreira, sócio da Léros, mas ele não atendeu as ligações.

De acordo com o canal de TV paraguaio NPY, no começo de maio, González abordou Ferreira usando o nome do vice-presidente Hugo Velázquez e da família de Bolsonaro para conseguir uma reunião entre a Ande e um enviado da Léros.

Em 17 de maio, uma semana antes da assinatura da ata sobre Itaipu, González revelou ao presidente da Ande o interesse da Léros em contratar energia paraguaia. O acordo vigente proibia a venda de energia excedente de Itaipu para pessoas jurídicas sem autorização da Eletrobras. Segundo González, a flexibilização desta proibição chegou a ser discutida, mas não avançou a pedido de Velázquez, o vice-presidente paraguaio.

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