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Brasil O pedido de prisão enviado pela Espanha ao Brasil diz que o ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira criou uma “organização criminosa”

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Ex-presidente da CBF é acusado pelos espanhóis de desviar recursos da entidade. (Foto: Reprodução)

A ordem de prisão enviada pela Espanha ao Brasil referente ao ex-presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) Ricardo Teixeira usou como argumento central para basear o pedido o fato de o cartola ter sido supostamente o responsável por formar uma “organização criminosa” que desviou milhões de euros da seleção brasileira e da CBF. Nesta segunda-feira (24), procuradores brasileiros solicitarão detalhes sobre o processo que corre em Madri e irão propor que o caso seja integralmente transferido ao Brasil.

Na última sexta-feira (21), o jornal O Estado de S. Paulo revelou o pedido de prisão feito pela Espanha ao Brasil. De acordo com fontes em Madri, a justificativa legal de maior peso é a acusação explícita de que Ricardo Teixeira teria sido a peça chave na formação da organização criminosa, além de seu principal beneficiário. Isso, na avaliação de pessoas envolvidas no processo, poderá levar os procuradores brasileiros a acusar formalmente Teixeira por lavagem de dinheiro.

Segundo a reportagem, três documentos foram enviados à Brasília, que agora examina informações preliminares que poderiam resultado em uma detenção. A decisão será tomada com base nas provas e documentos que o Ministério Público enviará ao Brasil.

No próximo dia 26, uma reunião em procuradores espanhóis e brasileiros poderá determinar os detalhes da cooperação e, se as informações preliminares forem confirmadas, a tendência é de que ele possa ser detido preventivamente. Para o Brasil, o que vai pesar é a forma pela qual os espanhóis qualificam como organização criminosa.

Entre os procuradores envolvidos no caso na Espanha, existe uma certa pressa compartilhar todos os detalhes sobre o caso e tentar pelo menos colher um depoimento do brasileiro. O motivo: um eventual risco de fuga de Ricardo Teixeira do Brasil aos Estados Unidos. Se houver algum tipo de acordo de delação premiada envolvendo o dirigente e a Justiça norte-americana, o acordo poderia prever a sua ida ao território norte-americano, com certas garantias de que não seria extraditado ao Brasil e muito menos para a Espanha.

De acordo com fontes, outros destinos para Ricardo Teixeira não seriam realistas como estratégias de fuga, já que nos últimos quatro anos a PGR (Procuradoria-Geral da República) tem conseguido convencer diversos países a extraditar brasileiros que estavam foragidos na Operação Lava-Jato. Na Europa, todos os demais governos tem acordos com Madri.

O ex-cartola chegou a ter residência em Andorra. Mas esse direito foi encerrado pelo principado depois de polêmicas envolvendo suspeitas sobre Ricardo Teixeira.

Em um grampo realizado pela polícia espanhola, Teixeira foi pego falando com o ex-presidente do Barcelona, Sandro Rosell. Na conversa, realizada em abril, ele “consulta com Rosell sobre que lugares do mundo poderiam resultar mais seguros na hora de evitar problemas derivados das investigações em curso seguidas contra ele em diferentes países”.

O brasileiro foi acusado na Espanha de ser o principal articulador de um esquema de desvio de dinheiro de jogos da seleção brasileira. Outras quatro pessoas implicadas no mesmo esquema estão em prisão em Madri, sem direito à fiança. Um deles é Sandro Rosell, ex-presidente do Barcelona. Em uma apuração inicial, procuradores estimam que ele poderia responder por estelionato contra a CBF e apropriação indébita seguida de lavagem de dinheiro. Isso tudo sem contar ainda com crimes contra a ordem fiscal e evasão de divisas.

Outra medida tomada pelo Brasil foi a de demonstrar “boa vontade” com outros pedidos que existiam da Espanha para a investigação de outros casos envolvendo interesses de Madri no País. Assim, ao cumprir diligências solicitadas pelos espanhóis em outros casos, o Brasil espera mandar um sinal de que quer acelerar a ajuda no caso envolvendo a CBF.

A ordem de prisão partiu da juíza Carmen Lamela, da Audiência Nacional em Madri. “Teixeira obteve, de forma indireta, mediante a um emaranhado societário que se nutria da renda do acordo da ISE para a Uptrend, grande parte dos 8,3 milhões de euros que a ISE transferiu para a Uptrend pela suposta intermediação desta última”, afirmou. A decisão da juíza foi do dia 12 de junho.

As autoridades espanholas ainda chegam à constatação de que o delito de Ricardo Teixeira foi “a apropriação por parte do presidente da CBF dos fundos pagos para obter os direitos dos partidos jogados pela seleção brasileira”. Desde a prisão de Rosell, a defesa de Teixeira tem negado qualquer tipo de irregularidade.

No pedido de prisão ao Brasil, a Espanha ainda deixou claro que Teixeira “prejudicou” a CBF, inclusive influenciando contratos de direitos de transmissão. (AE)

tags: Brasil

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https://www.osul.com.br/o-pedido-de-prisao-enviado-pela-espanha-ao-brasil-diz-que-o-ex-presidente-da-cbf-ricardo-teixeira-criou-uma-organizacao-criminosa/ O pedido de prisão enviado pela Espanha ao Brasil diz que o ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira criou uma “organização criminosa” 2017-07-23
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