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Por Redação O Sul | 11 de junho de 2018
O preço do diesel ficou 8,78% mais barato nos postos de combustíveis após a greve dos caminhoneiros, conforme levantamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP). O litro do óleo custava 3,482 reais na semana passada, enquanto no início da greve era vendido por 3,788 reais – um desconto de 30 centavos. Vale destacar que entre os dias 27 de maio e 2 junho o combustível chegou a custar 3,828 reais. As informações são da revista Veja.
O preço do diesel foi um dos fatores desencadeadores da paralisação de onze dias dos caminhoneiros, que levou ao desabastecimento de combustíveis e alimentos.
Greve
A proposta do governo para encerrar a greve dos caminhoneiros foi anunciar a redução do preço do diesel e mudança na periodicidade dos reajustes. Desde o início da greve, o preço do combustível teve queda de 30 centavos nos postos. O valor ainda está abaixo da promessa do governo, que é de reduzir 46 centavos.
A Petrobras usa a cotação internacional para definir o valor dos combustíveis, o que leva a variações diárias nos preços. A tentativa de o governo interferir nessa política precipitou a saída de Pedro Parente da presidência da companhia. Quando assumiu o cargo, há dois anos, Parente afirmou que não haveria interferência do governo na política de preços da estatal. Sob sua gestão, a Petrobras registrou no primeiro trimestre de 2018 o primeiro lucro desde a Lava-Jato. No lugar do Parente, assumiu Ivan Monteiro, que também defende preços baseados no mercado externo.
Mercado
Os reflexos da mobilização ainda são contabilizados, mas o mercado já fala em inflação maior neste ano, com previsão de subir de 3,65% para 3,82%, segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (11), pelo BC (Banco Central).
Há quatro semanas, o mercado previa um IPCA (índice que mede a variação de preços e a inflação oficial no Brasil) de 3,45%. Para 2019, a estimativa foi ampliada de 4,01% para 4,07%.
A projeção dos economistas para a inflação em 2018 está próxima do piso da meta deste ano, cujo centro é de 4,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual (índice de 3% a 6%). Para 2019, a meta é de 4,25%, com margem de 1,5 ponto (de 2,75% a 5,75%).
Conforme o BC, os preços administrados foram elevados a 6% neste ano. Antes estavam em 5,6%. Os economistas, no entanto, mantiveram a previsão para o dólar em 3,50 reais no fim de 2018 e também em 2019. Vale destacar que no fim da semana passada o Banco Central realizou intervenção extra no mercado e conseguiu segurar a cotação da moeda americana, que vinha em trajetória de alta. As ações da autarquia monetária devem continuar nesta semana.
Para o PIB, as projeções apontam para aumento de 1,94% neste ano, ante 2,18% previstos na semana passada. Para 2019, a estimativa também foi reduzida de 3% para 2,8%.
Para os economistas, a Selic deve ficar em 6,5% neste ano. Para 2019, a expectativa foi mantida em 8%.