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Por Redação O Sul | 30 de março de 2017
Com uma fortuna declarada à Justiça Eleitoral de R$ 179 milhões, o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), está devendo R$ 90,9 mil de IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano) da mansão onde vive nos Jardins, bairro nobre da Zona Sul da capital paulista. A denúncia foi feita durante a sessão dessa quarta-feira (29) da Câmara dos Vereadores pelo líder do PT, Antônio Donato.
“O prefeito não paga o IPTU da sua mansão. Tem uma dívida de R$ 90 mil com a prefeitura”, afirmou Donato, na tribuna da Câmara.
“Temos visto o prefeito Doria vestido de gari, de pedreiro, porque ele considera que o exemplo é importante e acho que é um aspecto importante mesmo do administrador público. Mas o exemplo tem que ser em todas as áreas.”
A dívida de Doria remonta a um processo de 2002. Naquele ano havia começado a valer na cidade o IPTU progressivo, por determinação da então prefeita petista Marta Suplicy.
A medida fez com que o valor do imposto ficasse mais alto em áreas mais nobres de São Paulo, como o bairro onde está localizada a mansão de Doria. Assim como outros moradores, o prefeito foi à Justiça contestar o novo valor.
Na época, Doria pagou R$ 4.544 de um total de R$ 15.704 que deveria quitar do IPTU do seu imóvel de 3.042 metros quadrados. Ele contestou os R$ 11.160 restantes na Justiça. Em 2013, a Justiça considerou que o imposto era legítimo e que o município tinha direito a receber o valor que Doria deixou de pagar. Como o atual prefeito não quitou seu débito, seu nome foi incluído na lista de devedores do município.
Aplicando-se as correções monetárias, encargos e multas, a dívida chegou aos R$ 90,9 mil, que estão sendo executados. Na declaração que fez à Justiça Eleitoral, o empresário declarou que o imóvel vale R$ 12,4 milhões. “Não é um prefeito miserável inadimplente com a prefeitura de São Paulo. É um prefeito milionário. Ele faz política com o salário dele [que doa a instituições de caridade], mas não paga a prefeitura. É lamentável que esteja dando mau exemplo”, afirmou Donato. “A reclamação não é tanto pelo valor, mas pelo exemplo”, acrescentou. (AG)