Brasil O presidenciável Jair Bolsonaro acredita que ficará com os votos que seriam destinados ao ex-ministro Joaquim Barbosa, que desistiu de participar da eleição deste ano
Por Redação O Sul | 13 de maio de 2018
O deputado federal e presidenciável Jair Bolsonaro (PSL-RJ) acredita que será o maior beneficiado pela desistência do ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa (PSB) em participar da eleição deste ano. Na avaliação do polêmico parlamentar, que lidera as mais recentes pesquisas de intenção de voto nos cenários sem a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, grande parte dos simpatizantes de Barbosa identificam nele alguém que combate a corrupção do meio político, perfil que ele, Bolsonaro, garante também ter.
“Quando o nome de Barbosa começou a aparecer nas pesquisas eu imaginei que fosse uma estratégia para me ‘desidratar’, e isso aconteceu um pouco. Agora, com ele de fora da disputa, eu serei o maior beneficiado”, afirmou em entrevista à imprensa. “O pessoal que vota nele, aposta no combate à corrupção.”
O pré-candidato do PSL também rebateu as críticas que Barbosa fez a ele, dizendo que “Bolsonaro é um risco para o Brasil”. “Esse é um posicionamento de quem não entende absolutamente nada de política”, criticou. “Se eu sou tão perigoso assim e ele tinha a chance de ganhar, que brasileiro é esse, que pulou fora [da corrida ao Palácio do Planalto]?”
Outros assuntos
O deputado federal disse, ainda, que precisa de apenas R$ 1 milhão para a sua campanha política deste ano. Ele explicou que pretende alcançar esse valor com doações de pessoas físicas e disse que abrirá mão de usar o fundo eleitoral destinado ao financiamento público de campanha. “Eu teria direito a R$ 3 milhões, mas não seria ético de minha parte usar esse dinheiro”, justificou. “Eu votei contra esse fundo, então seria contraditório utilizar a verba agora, mesmo que seja algo legal.”
Questionado sobre o fato de as investigações sobre o assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL), no dia 14 de março, indicarem o suposto envolvimento de policiais militares na execução, Jair Bolsonaro defendeu punição aos responsáveis, na base do “doa a quem doer”. “Isso é possível. Se ficar comprovado, ‘pau’ neles! Eu defendo é o bom policial militar”, declarou.
Marina
Já o diretor-geral do instituto de pesquisas Datafolha, Mauro Paulino, não descarta que a desistência do ministro aposentado Joaquim Barbosa de lançar candidatura à Presidência da República tenha como maior beneficiada não Bolsonaro, mas a ex-senadora e ex-ministra Marina Silva (Rede).
“Pela divisão dos 10% [de intenções de voto que Barbosa contava antes de “jogar a toalha”], é possível que Marina seja a maior beneficiada”, afirmou. Em entrevista a uma emissora de rádio de São Paulo, ele citou dados da última pesquisa do Datafolha, que mostram Barbosa com 10% das intenções de voto e 17% das citações espontâneas, ao passo que Marina é a mais lembrada dentre os candidatos ao Planalto, com 26%.
Nesse sentido, Bolsonaro, que ocupa o topo das pesquisas sem Lula, já teria atingido o seu teto de intenções de voto.
“Se ele não ampliar um pouco mais o discurso e a forma como aborta as questões, sem ficar muito na segurança pública, acredito que ele não deve passar dessa faixa dos 20%”, calcula.
Para Mauro Paulino, os pré-candidatos têm motivos para comemorar a retirada do nome de Joaquim Barbosa da disputa, uma vez que ele tinha potencial de crescimento, podendo tirar votos tanto da direita quanto da esquerda.
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