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Mundo O presidente da Argentina pediu a destituição de um juiz que investiga um promotor próximo a seus negócios

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O presidente Mauricio Macri anunciou, nesta semana, medidas para reativar o consumo no país, que enfrenta uma séria crise econômica. (Foto: Reprodução)

O governo de Mauricio Macri parece querer acabar com o juiz Alejo Ramos Padilla. O presidente argentino pediu ao Conselho da Magistratura que o suspenda do cargo de juiz federal e que ele se submeta a um julgamento político por mau desempenho de suas funções. Padilla investiga um caso complexo que parece envolver uma rede de extorsão por parte de Carlos Stornelli, promotor federal ligado ao grupo empresarial dos Macri e, ao mesmo tempo, o principal investigador do “caso dos cadernos”, um suposto esquema de corrupção contra a ex-presidente Cristina Kirchner.

Em 28 de janeiro deste ano, o empresário agrícola Pedro Etchebest revelou a Ramos Padilla que Marcelo D’Alessio — personagem famoso na imprensa argentina, que se apresentava como advogado — exigiu dinheiro em nome do promotor Carlos Stornelli. Em troca, D’Alessio ofereceu imunidade a Etchebest na “causa dos cadernos”, em que Stornelli investiga uma suposta rede de corrupção liderada por Cristina Kirchner para arrecadar dinheiro de empresários vinculados a obras públicas.

Como prova da relação existente entre D’Alessio e Stornelli, Etchebest entregou ao juiz horas de gravação e mensagens telefônicas. Um mês depois, Padilla acusou D’Alessio de “colocar-se a serviço do promotor federal para executar tarefas de investigação e espionagem” e “prejudicar advogados que o incomodavam”. Chamado a depor, no entanto, Stornelli — ligado a Macri — se recusou a comparecer.

Em vez disso, empenhou-se para fazer com que Padilla fosse retirado da investigação, argumentando que sua jurisdição não era a cidade de Buenos Aires, cenário da maioria das denúncias. Stornelli foi diretor do Boca Juniors até 2015, e membro do comitê do clube nomeado pelo então presidente, e atualmente chefe de Estado, Mauricio Macri.

Os argentinos acompanharam o caso como se fosse uma verdadeira novela. Ficaram sabendo, através da mídia, com detalhes de acusações cruzadas entre jornalistas, políticos, advogados, ex-espiões e até autoridades macristas de alto escalão. O Dia D foi na quarta-feira da semana passada, quando Cristina recebeu Ramos Padilla em uma comissão do Congresso. O juiz então revelou que o caso contra Stornelli era apenas uma “pequena porção” de um caso muito maior de espionagem interna.

“A metodologia foi a coleta de informações, a produção de inteligência e o armazenamento de dados sensíveis de várias pessoas, de maneira paralela aos processos judiciais, para então realizar ações coercitivas, intimidadoras e extorsivas, todas com o objetivo de influenciar casos judiciais”, disse o juiz.

Assim, abriu sua investigação para uma realidade muito mais complexa e desconfortável ao poder. Tão desconfortável, que agora querem afastá-lo do caso.

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