Sexta-feira, 29 de março de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Esporte O presidente da Fifa enfrenta a oposição da Europa para aumentar o Mundial de Clubes

Compartilhe esta notícia:

Dirigente tem proposta de US$ 25 bilhões para criar dois torneios internacionais. (Foto: Reprodução)

O presidente da Fifa (entidade máxima do futebol), Gianni Infantino, planeja reordenar o futebol mundial, mas seus esforços vêm sendo bloqueados por um inimigo conhecido: a Europa.

Desde que propôs diversas mudanças importantes no calendário do esporte, no primeiro trimestre do ano passado, Infantino tem dedicado meses a viagens pelo mundo, nas quais promove conferências de cúpula locais com os líderes das 211 federações nacionais de futebol que integram a organização. O objetivo dele é conquistar apoio à proposta de lançar dois novos torneios – um Mundial de Clubes expandido e uma nova liga de seleções nacionais – que seriam bancados por uma oferta de US$ 25 bilhões de um grupo de investidores liderado pelo conglomerado japonês SoftBank.

Esse exercício de persuasão se segue a repetidos fracassos de Infantino quanto a forçar a aprovação da proposta no Conselho da Fifa; caso as mudanças sejam aprovadas, seriam as maiores a acontecer no futebol em uma geração, e sua adoção – bem como a injeção multibilionária de capital nos cofres da Fifa – daria a Infantino um sucesso muito visível em sua campanha para conquistar um novo mandato à frente da organização, neste ano.

Todas as reuniões no giro internacional de Infantino, incluindo a mais recente, realizada em Marrakech, em Marrocos, contaram com a presença de pelo menos 50 presidentes de federações, das seis confederações regionais do futebol mundial. Ao final de cada reunião, os participantes recebem tablets e são solicitados a marcar suas opções preferidas para os novos torneios.

O problema de Infantino é que os dirigentes europeus que participaram das reuniões se recusam teimosamente a expressar quaisquer opiniões. Em lugar disso, dizem ao presidente da Fifa e ao seu pessoal que as opiniões de Alexander Ceferin, o presidente da Uefa, a organização que comanda o futebol europeu, representam sua posição.

Alguns dos europeus se recusaram a expressar opiniões porque as opções para o Mundial de Clubes não incluem não realizar o torneio, que muitas vezes representa um incômodo para o campeão da Europa participante. Nos tablets da Fifa, os participantes são convidados a escolher entre três opções: torneios com 16, 24 ou 32 clubes.

Ceferin, que está sendo pressionando pelos clubes e federações da Europa, teve confrontos repetidos com Infantino quanto às mudanças propostas, tanto no Mundial de Clubes quanto no calendário mais amplo do futebol mundial, e Ceferin em geral está insatisfeito com novas iniciativas que poderiam representar ameaça a torneios existentes, como a sua Champions League, e aumentar a carga de trabalho dos jogadores.

“Não posso aceitar que pessoas que foram cegadas pela busca do lucro estejam considerando vender a alma dos torneios de futebol a nebulosos fundos privados”, disse Ceferin em um discurso em maio. “O dinheiro não manda – e o modelo do esporte europeu deve ser respeitado. O futebol não está à venda. Não permitirei que qualquer pessoa sacrifique suas estruturas no altar de um mercantilismo altamente cínico e impiedoso”.

Infantino apresentou inicialmente seus planos para um Mundial de Clubes na reunião do Conselho da Fifa em Bogotá, em março de 2018. Mencionando um acordo de confidencialidade, ele se recusou a identificar os proponentes financeiros da proposta, que, ao que se sabe, incluem não só o SoftBank, mas dinheiro do Oriente Médio, que Infantino mais tarde negou estar associado a fundos nacionais de investimento da região – a Arábia Saudita continua a ser o maior participante do Vision Fund, do SoftBank, o maior fundo de capital privado já constituído. Em lugar disso, Infantino pressionou o conselho que o autorizasse a concluir o acordo sem supervisão.

Os líderes europeus presentes refugaram, e Ceferin e Infantino não se reúnem desde a conferência da Colômbia. Em outubro, dirigentes europeus ameaçaram abandonar a mais recente reunião do presidente da Fifa quando Infantino deu a entender que pretendia convocar uma nova votação.

A votação não ocorreu; em lugar disso, a Fifa formou um grupo de trabalho com representantes das seis confederações e o encarregou de produzir um plano aceitável em tempo para a reunião do conselho da Fifa marcada para março em Miami (EUA).

Na reunião mais recente, em Marrakech, Infantino expressou frustração quanto aos dirigentes que se recusam a votar sobre seus planos, de acordo com diversos dos presentes.

A proposta de criar um Mundial de Clubes expandido e uma Liga das Nações, semelhante à que a Uefa criou recentemente, contam com o apoio dos dirigentes da América do Sul, Ásia e África, e isso deve bastar para garantir a vitória em uma votação caso Infantino a convoque na reunião de março. Mas fazê-lo agravaria a cisão cada vez mais grave entre a Fifa e a Europa e poderia causar uma crise ainda mais grave, caso os clubes e as federações mais poderosos do continente se recusem a participar dos novos torneios propostos pela Fifa.

 

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Esporte

Um clube paraibano de futebol admitiu que cadastrou torcedores fantasmas
Na segunda rodada do Gauchão, o Grêmio empatou em 1 a 1 com o Aimoré
https://www.osul.com.br/o-presidente-da-fifa-enfrenta-a-oposicao-da-europa-para-aumentar-o-mundial-de-clubes/ O presidente da Fifa enfrenta a oposição da Europa para aumentar o Mundial de Clubes 2019-01-23
Deixe seu comentário
Pode te interessar