Terça-feira, 23 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 30 de julho de 2017
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou neste domingo (30) que 755 diplomatas norte-americanos deverão deixar o território russo, como parte da decisão de reduzir a 455 o número de funcionários dos Estados Unidos em seu país, depois que o Senado aprovou sanções contra a Rússia.
“Mais de um milhão de pessoas trabalhavam e continuam a trabalhar” nas repartições diplomáticas americanas na Rússia, declarou Putin em entrevista ao Rossia 24, canal público de TV. “755 pessoas deverão interromper suas atividades na Rússia”, ressaltou.
“Aguardamos tempo o suficiente, com a esperança de que a situação pudesse melhorar”, revelou Putin durante a entrevista. “Porém, tudo indica que caso a situação mude, isso não vai acontecer rapidamente”, advertiu.
Sanções contra a Rússia
O Senado dos Estados Unidos aprovou de forma esmagadora na quinta-feira (27) sanções contra a Rússia, Irã e Coreia do Norte, apesar de objeções do presidente Donald Trump. A lei, que teve o forte apoio de republicanos e de democratas, será agora enviada à Casa Branca para a sanção ou o veto do presidente.
Sua aprovação no Senado irritou Putin, e gerou promessas de retaliação da parte dele, informa a agência de notícias Reuters.
A legislação tem o objetivo de punir Moscou por interferir nas eleições presidenciais de 2016 – a suposta interferência é investigada nos EUA – e por sua agressão militar na Ucrânia e na Síria, onde o Kremilin apoia o presidente Bashar al-Assad.
O projeto também propõe sancionar cidadãos russos envolvidos em violações aos direitos humanos, responsáveis por ataques hackers e indivíduos que tenham fornecido armas ao governo da Síria.
A lei de 184 páginas atinge Putin e os oligarcas próximos deles ao ter como alvo setores cruciais da economia russa, incluindo a venda de armas e exportações de energia, segundo informa a Associated Press.
O projeto é a maior proposta de política externa aprovada pelo Congresso dos Estados Unidos sob o governo Trump, que tem enfrentado dificuldade para avançar em sua agenda doméstica, apesar de os republicanos controlarem tanto a Câmara dos Deputados quanto o Senado.
Laços com a Rússia
Trump esperava melhorar os laços com a Rússia, mas seu governo tem sido abalado por investigações sobre eventual intromissão russa nas eleições presidenciais dos EUA em 2016 para ajudar Trump. O presidente nega qualquer conspiração entre sua campanha e Moscou.
Retaliação russa
Putin já negou várias vezes interferência russa na campanha eleitoral norte-americana.
Em uma visita à Finlândia, Putin disse que as sanções propostas pelos Estados Unidos são “extremamente cínicas” e uma tentativa de Washington de proteger seus próprios interesses geopolíticos a custo de seus aliados na Europa.
“Investigações sobre a suposta interferência da Rússia na eleição presidencial norte-americana são apenas um sintoma da crescente histeria anti-Rússia nos EUA”, disse Putin. (AG)