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Brasil O presidente do Senado critica ação da Polícia Federal contra o líder do governo e diz que a Casa questionará o Supremo

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Davi Alcolumbre (foto não escondeu seu aborrecimento com a declaração de Heleno (Foto: Agência Brasil)

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), criticou a operação de busca e apreensão executada pela PF (Polícia Federal) em residências e gabinetes do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), e de seu filho, o deputado Fernando Filho (DEM-PE), nesta quinta-feira (19). Alcolumbre disse que o Senado vai apresentar questionamentos ao STF (Supremo Tribunal Federal). A operação foi autorizada pelo ministro Luís Roberto Barroso.

“Há um entendimento no Supremo Tribunal Federal que a operação realizada precisa ter conexão com o mandato. Só que em 2012 e 2014, período a que a operação se refere, Fernando Bezerra não era senador, muito menos líder do governo. Sete anos depois, um mandado de busca e apreensão?!”, disse Alcolumbre ao mencionar uma das perguntas que serão apresentadas oficialmente ao STF.

A Polícia Federal, contudo, afirma que Bezerra manteve negociações ilícitas durante o exercício do seu atual mandato, iniciado em 2015. Na decisão em que autorizou medidas de busca e apreensão em gabinetes do senador, Barroso apontou indícios de que o suposto esquema de corrupção envolvendo o congressista ainda funcionava em 2016 e 2017, mesmo após citações ao seu nome na Operação Lava-Jato.

Apesar das críticas à atuação de Barroso, Alcolumbre reafirmou ser contra a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Lava Toga, que pretende investigar o Judiciário. Desde o início do ano, ele tem segurado reiterados requerimentos para criação da comissão parlamentar de inquérito.

“Continuo me manifestando contrário a ela [a CPI]. Precisamos ter consciência do momento que estamos vivendo. Eu sou contrário, acho que o Brasil não precisa disso. O Brasil espera muito mais que uma CPI para enfraquecer as instituições, porque, no final, isso é para enfraquecer todos nós”, disse Alcolumbre.

Em nota divulgada na noite desta quinta-feira, Barroso afirmou que a decisão de autorizar a operação no gabinete do líder do governo no Senado “foi puramente técnica e republicana, baseada em relevante quantidade de indícios da prática de delitos”.

“Só faço o que é certo, justo e legítimo”, disse o ministro do STF. Ele ressaltou ainda que “a investigação de fatos criminosos pela Polícia Federal e a supervisão de inquéritos policiais pelo Supremo não constituem quebra ao princípio da separação de Poderes, mas puro cumprimento da Constituição”.

O presidente do Senado considerou um gesto de grandeza Bezerra Coelho ter deixado seu cargo à disposição do presidente Jair Bolsonaro (PSL), mas afirmou que, pela conversa que teve com o ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil), não há intenção imediata do Palácio do Planalto em trocar o líder no Senado. Ele disse que a situação será analisada até a semana que vem.

Bezerra Coelho assumiu o mandato de senador em fevereiro de 2015. No inquérito sobre o caso, a PF sustenta que ele recebeu R$ 5,5 milhões em propinas de empreiteiras por meio de diversas operações entre 2012 e 2014 – em parte desse período, ele foi ministro da Integração Nacional na gestão de Dilma Rousseff (PT). A investigação indica, contudo, que transações ilícitas foram feitas até 2017.

Os empresários João Carlos Lyra e Eduardo Freire Bezerra Leite, operadores financeiros que firmaram acordos de delação premiada, contaram ter emprestado a Bezerra Coelho R$ 1,8 milhão em 2014 – dinheiro que teria sido usado na campanha do congressista ao Senado. Segundo eles, parte do dinheiro foi repassado a Iran Padilha Modesto, considerado homem de confiança do senador, e parte a pessoas ligadas a ele, com o objetivo de comprar apoio político.

Lyra afirmou que o pagamento do empréstimo ao senador seria feito pela OAS, que detinha contratos da transposição do rio São Francisco, obra da Integração Nacional. Porém, quando a quantia foi cobrada, a construtora não o fez, alegando que já havia repassado os recursos para uma empresa do esquema.

Em sua decisão, Barroso relata que, segundo as investigações, houve uma reunião entre os investigados em 2016, na casa de Bezerra Coelho, para tratar da pendência. E que, em 2017, Modesto sugeriu ao senador que usasse a Prefeitura de Petrolina (PE) – administrada por um de seus filhos, Miguel de Souza Leão Coelho (sem partido) – para quitar o débito em aberto.

“Há indícios, portanto, de que ainda em 2017 o sistema de repasses de valores indevidos continuava, mesmo após a menção ao nome do senador na Operação Lava Jato”, escreveu Barroso. Ainda em 2016, a primeira opção de Bezerra Coelho, segundo as investigações, era quitar os empréstimos (dinheiro não declarado) com a entrega de apartamentos em Salvador e Gravatá (PE).

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https://www.osul.com.br/o-presidente-do-senado-critica-acao-da-policia-federal-contra-o-lider-do-governo-e-diz-que-a-casa-questionara-o-supremo/ O presidente do Senado critica ação da Polícia Federal contra o líder do governo e diz que a Casa questionará o Supremo 2019-09-19
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