Quinta-feira, 18 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 1 de maio de 2019
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou nesta terça-feira (30) intensificar o embargo sobre Cuba e impor sanções “de maior nível” contra a ilha se as forças militares e de inteligência cubana que, segundo o governo americano, estão infiltradas na Venezuela, não interromperem as operações no país. “Se as tropas e milícias cubanas não cessarem imediatamente as operações militares e de outros tipos com o objetivo de causar a morte e a destruição da Constituição da Venezuela, vamos impor um embargo completo, junto com sanções de maior nível”, disse Donald Trump no Twitter.
“Espero que todos os soldados cubanos voltem em breve e pacificamente para a ilha deles”, complementou o presidente americano. Pouco depois das postagens de Donald Trump, o assessor de Segurança Nacional do governo dos Estados Unidos, John Bolton, usou a mesma rede social para “condenar o papel direto de Cuba” para manter o regime de Nicolás Maduro no comando da Venezuela.
“Faremos com que Cuba e os amigos de Maduro sejam responsabilizados por qualquer violência que seja cometida hoje pelos ‘coletivos’ [grupos de civis armados que defendem o chavismo] ou pelas forças de segurança contra a população inocente da Venezuela. O mundo está assistindo”, ameaçou Bolton também por meio do Twitter.
Os Estados Unidos consideram que a campanha do líder da oposição a Nicolás Maduro, Juan Guaidó, reconhecido como presidente interino da Venezuela por mais de 50 países, não funcionou até agora devido à atuação dos 25 mil cubanos que atuam dentro da estrutura militar do chavismo. O governo de Cuba, no entanto, alega que não mantém soldados na Venezuela e acusa a Casa Branca de “mentir descaradamente”.
Em entrevista coletiva, John Bolton disse que Cuba teve grande participação em evitar que o levante iniciado por Guaidó triunfasse. “Os cubanos desempenharam um papel muito importante hoje para manter Maduro no poder, possivelmente com a ajuda dos russos”, afirmou o assessor antes de Trump se pronunciar sobre o assunto. John Bolton disse ainda que Cuba, Venezuela e Nicarágua formam um eixo do mal, batizado por ele como “troika da tirania”. Nos últimos meses, em parte por influência do assessor sobre o presidente, o governo americano decidiu aumentar a pressão sobre Havana pelo apoio a Nicolás Maduro.