Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 23 de setembro de 2018
O governo Donald Trump propôs uma nova lei para que possa ser negada a residência permanente aos imigrantes que recebem legalmente benefícios públicos, como assistência alimentar e os vales de moradia.
A medida poderia obrigar milhões de imigrantes pobres que dependem da assistência pública para alimentos e moradia façam uma escolha difícil entre aceitar ajuda financeira ou conseguir a residência permanente, conhecida como “Green Card” para viver e trabalhar legalmente nos Estados Unidos.
A secretária de Segurança Nacional, Kirstjen Nielsen, disse em comunicado que a medida está de acordo com a lei vigente.”De acordo com a lei federal de longa data, aqueles que querem imigrar para os Estados Unidos devem demonstrar que podem se manter economicamente”, disse Nielsen.
“O Departamento leva a sério sua responsabilidade de ser transparente em suas regulamentações e está dando as boas-vindas ao comentário público sobre a regra proposta”, acrescentou a secretária.
Segundo Nielsen, esta nova norma vai colocar em prática uma lei aprovada pelo Congresso com “a intenção de promover a autossuficiência dos imigrantes e proteger os recursos limitados, garantindo que não se transformem em uma carga para os contribuintes americanos”.
Os imigrantes da terceira idade, muitos dos quais compram remédios receitados a baixo custo por meio de programas subsidiados, também poderiam ser obrigados a deixar essa ajuda ou arriscarem-se a serem considerados “carga pública”, o que não lhes permitiria obter o status de residente legal.
A norma, que segundo a administração afetaria cerca de 382 mil pessoas por ano, é a mais recente de uma série de medidas enérgicas do presidente Donald Trump e de seus assessores de linha dura sobre imigração legal e ilegal.
Embora a medida não pretenda afetar os imigrantes a quem já foi dada residência permanente, os defensores dos direitos dos imigrantes temem que inclusive eles deixem de usar os benefícios públicos para proteger seu status migratório.
Oferta
Recentemente o governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, propôs pagar ao México US$ 20 milhões para que expulse milhares de imigrantes ilegais.
“Esta proposta é parte de um esforço multidisciplinar para combater a crise em nossa fronteira sul”, afirmou à EFE a porta-voz do Departamento, Katie Waldman.
A Administração de Trump propôs ao Congresso usar US$ 20 milhões de assistência ao estrangeiro e direcionar a verba para ajudar o México a financiar transporte e processo de deportação de pelo menos 17 mil pessoas que se encontram em seu território de forma ilegal.
“Estamos trabalhando estreitamente com nossos parceiros mexicanos para combater o aumento das detenções na fronteira, com 38% mais de famílias detidas no mês de agosto, a fim de assegurar que aqueles que têm pedidos legítimos tenham proteções apropriadas”, argumentou a porta-voz.
A proposta foi feita depois que, nos dois últimos anos, Trump tenha reiterado várias vezes que será construído um “grande muro” na fronteira sul e que o México pagará por ele. De acordo com a porta-voz, a medida teria o objetivo de aliviar o fluxo migratório que chega aos EUA pela região da fronteira sul.
Em comunicado, o diretor da organização americana sem fins lucrativos Fórum Nacional de Imigração, Ali Noorani, considerou que a proposta “não é política, é desespero”.
Este novo passo está sendo dado dentro de um contexto no qual o Governo tentou impulsionar diferentes estratégias para reduzir a imigração, incluindo as políticas de “tolerância zero” e separação de famílias com crianças, que buscam um efeito dissuasório.