Terça-feira, 19 de março de 2024
Por Redação O Sul | 3 de fevereiro de 2018
O presidente Michel Temer afirmou, na sexta-feira (2), que substituirá por nomes técnicos os ministros que deixarão o governo em abril para serem candidatos nas próximas eleições.
“Eu farei a opção por um ministério mais técnico”, disse Temer em entrevista à Rádio Jornal, de Pernambuco. Ainda assim, o presidente seguiu defendendo o atual ministério, eminentemente político, alegando que teve ótimos resultados. As informações são da agência de notícias Reuters.
Temer terá que substituir cerca de 13 ministros em abril. Até agora, no entanto, auxiliares do presidente insistiam que o governo continuaria reservando os ministérios para os partidos da base.
A nomeação de Cristiane Brasil para o Ministério do Trabalho, por exemplo – ainda suspensa pela Justiça – foi por indicação de seu pai, Roberto Jefferson, presidente do PTB. O Ministério da Indústria, Comércio e Serviços espera uma indicação do PRB.
Temer também reiterou na entrevista a importância da aprovação da reforma da Previdência, dizendo que seria um “fechamento” para a agenda reformista de seu governo.
“A reforma da Previdência não é para o meu governo, que tem mais alguns meses. Eu aguento a Previdência. O que não vai aguentar são os próximos anos”, afirmou.
Temer afirmou que a proposta de reforma da Previdência defendida pelo governo é “suave” e tem como objetivo evitar que a União e os Estados fiquem sem condições de pagar aposentadorias e pensões no futuro.
Temer também defendeu a equiparação do teto de aposentadoria entre trabalhadores da iniciativa privada e funcionários públicos, alvos mais recentes da mobilização do governo pela aprovação da reforma, sob o argumento de que a medida acaba com privilégios.
“O que estamos fazendo hoje é uma reforma até razoavelmente suave para prevenir o futuro”, disse o presidente em cerimônia de inauguração de estação de bombeamento do eixo norte do projeto de integração do rio São Francisco, em Pernambuco.
“A única coisa que vamos fazer é o seguinte… queremos igualar os trabalhadores públicos com os trabalhadores da iniciativa privada”, afirmou.
O governo, que batalha para conseguir os votos necessários para aprovar a reforma, tem sofrido pressão de aliados para flexibilizar ainda mais o texto da proposta, levando em conta demandas de servidores – principalmente os que ingressaram no serviço público antes de 2003, que pedem uma regra de transição.
Durante o evento na sexta-feira (2), Temer disse que seria mais confortável para ele “ficar em silêncio” sobre o tema, mas que seria cobrado no futuro por não tentar votar a reforma previdenciária. “Temos tido ousadia de fazer algo que pessoas dizem que vai gerar impopularidade, mas não temos preocupação com popularidade e sim com o Brasil”, afirmou.
Por se tratar de uma PEC (proposta de emenda à Constituição), a reforma da Previdência necessita dos votos favoráveis de 308 dos 513 deputados em dois turnos de votação na Câmara dos Deputados e depois ainda precisa ser analisada pelo Senado.