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Redação O Sul
| 19 de novembro de 2017
O presidente Michel Temer chegou no início da tarde deste domingo (19) à residência oficial da presidência da Câmara para um encontro com o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Casa. A reunião é a segunda neste fim de semana entre Temer e Maia. Eles já tinham se encontrado neste sábado.
O presidente da República ficou quase três horas na residência oficial da presidência da Câmara e, por volta das 17h, deixou o local.
Cotado para assumir o Ministério das Cidades, o deputado Alexandre Baldy (Pode-GO), que está de saída do partido Podemos e deve se filiar ao PP, também participou da reunião.
Entre os aliados de Temer que também compareceram ao encontro deste domingo estão o ministro Moreira Franco (Secretaria Geral) e os deputados Heráclito Fortes (PSB-PI), Pauderney Avelino (DEM-AM), Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), líder do governo na Câmara, e Baleia Rossi (PMDB-SP), líder do PMDB na Câmara.
Temer pretende acelerar neste fim de semana as negociações da reforma ministerial que pretende realizar, a fim de reorganizar a base aliada na Câmara e conquistar os votos necessários para aprovar a reforma da Previdência.
Mudanças
A intenção é anunciar parte das mudanças no ministério nesta terça-feira (21). O nome do deputado Alexandre Baldy (GO), que deve deixar o Podemos e se filiar ao PP, já estaria definido. Ele deve ser nomeado ministro das Cidades, em substituição aodeputado Bruno Araújo (PSDB-PE), que deixou o cargo. Baldy contaria com o apoio de PP, DEM, PR e PMDB.
A outra troca prevista é a do ministro da Secretaria de Governo, atualmente ocupada pelo deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA). Partidos aliados do governo na Câmara reclamam da presença no governo de ministros do PSDB, que, dividido, não se posiciona majoritariamente a favor do governo nas votações da Câmara.
Para a vaga de Imbassahy, o nome mais forte, segundo informou Valdo Cruz, é o do ex-ministro dos Transportes João Henrique de Almeida Sousa. Peemedebista, ele foi deputado pelo Piauí.
Reforma da Previdência
O principal objetivo da reforma ministerial é assegurar a aprovação da reforma da Previdência na Câmara. Enviada no ano passado ao Congresso, a reforma patina na Câmara dos Deputados. No entanto, o governo retomou as negociações e espera aprovar a proposta até meados de dezembro.
Rodrigo Maia já disse apoiar a reforma da Previdência, mas afirma que, para isso, o governo precisa reorganizar a base aliada a fim de garantir votos para aprovar a matéria.
O presidente da Câmara chegou a oferecer um café da manhã para que Temer e a equipe econômica convencessem líderes da importância da reforma.
Após esse encontro, o relator da proposta, deputado Arthur Maia (PPS-BA), retomou o trabalho em cima do texto, a fim de apresentar uma nova proposta, mais enxuta, somente com pontos capazes de obter consenso entre as legendas.
A equipe econômica admite uma reforma desidratada em relação à proposta original, mas não abre mão de alguns itens da reforma, como idade mínima para aposentadoria e equiparação das regras do setor público com o privado.