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Brasil O procurador-geral da República diz que ficou “com náusea” ao ouvir a conversa entre Temer e o dono da JBS/Friboi

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Janot concedeu entrevista ao programa Conexão Roberto d'Ávila, exibido na noite de quarta-feira pela GloboNews. (Foto: Reprodução)

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que precisou fazer uma “escolha de Sofia” ao ouvir a gravação da conversa entre o empresário Joesley Batista e o presidente Michel Temer, feita durante um encontro dos dois no Palácio do Jaburu, em Brasília. A divulgação da conversa levou Janot a abrir investigação contra Temer e, posteriormente, a denunciar o presidente por corrupção passiva.

Segundo o procurador, os irmãos Batista impuseram como condição para delatar a imunidade total, ou seja, e a garantia de que não iriam responder a nenhum dos crimes denunciados. “Essas pessoas chegaram para mim e disseram assim: ‘Nós aceitamos negociar tudo, mas a ‘não denúncia’ a gente não aceita negociar’. Eu me vi na seguinte escolha de Sofia”, disse o procurador, em referência à personagem do clássico da literatura forçada a fazer uma decisão difícil.

“Eu tinha tomado conhecimento que altíssimas autoridades da República estavam praticado crimes, os crimes estavam em curso e crimes graves. Se eu não aceitasse esse acordo, não teria como apurar estes crimes. Eu teria que fingir que nada tinha ouvido, que nada tinha acontecido, e essas pessoas continuariam a cometer crimes”, declarou. Janot também descreveu o que sentiu ao ouvir a gravação: “Fiquei chocado e senti náusea. Foi minha reação física: um choque, e fiquei enjoado mesmo”.

Janot também garantiu que os irmãos Joesley e Wesley Batista são réus colaboradores e, como tal, precisam cumprir o que foi prometido.”O acordo cobre aqueles fatos relatados por eles e não cobre nenhum eventual fato ilícito praticado depois, ou omitido naquele acordo. E mais, tudo aquilo que eles se comprometeram a nos encaminhar, os endereços de prova, o acesso às provas, eles têm que cumprir.”

Segundo Janot, a validade do acordo firmado pelos irmãos com o Ministério Público é provisória e precisa ser corroborada com provas. A eficácia do acordo será ratificada pelo STF ao final do processo. “Ao final, o Supremo avaliará a eficácia dessa colaboração para que ela então tenha validade definitiva. Até agora ela tem uma validade provisória.”

Reação de Temer

Janot também comentou que a reação de Temer, ao chamar a denúncia de fraca e peça de “ficção”, é uma técnica conhecida, segundo a qual o denunciado tenta desacreditar a figura do acusador. “Nós tínhamos um empresário investigado por atos ilícitos que gravou um deputado [referindo-se a Rodrigo Rocha Loures] e acertou com este a ida à residência do presidente da República, à noite, sem ser identificado. Ele entra no palácio [do Jaburu] e grava uma conversa muito pouco republicana com o presidente, que lhe diz que aquele mesmo deputado é o interlocutor para qualquer assunto. Depois, esse deputado [Rocha Loures] acerta uma propina com o empresário e é pilhado com uma mala de dinheiro. Essa narrativa é fortíssima e está na denúncia; se isso é fraco, não sei o que é forte”, ironizou.

O procurador-geral rebateu as acusações de que teria tramado a gravação da conversa com Joesley Batista. Segundo ele, o registro foi feito cerca de 30 dias antes de o empresário procurar o Ministério Público Federal e propor o acordo de colaboração premiada. Segundo Janot, o STF já entendeu que o investigado pode gravar suas conversas e que essas gravações podem ser usadas como provas em investigações. “Ele gravou [as conversas com] Rocha Loures e Temer para nos convencer a aceitar o acordo. Se não houvesse a gravação, ninguém acreditaria na narrativa dele [Joesley], nem eu acreditaria”, afirmou. (AG)

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