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Por Redação O Sul | 14 de agosto de 2017
A economia do Japão cresceu 4 por cento no segundo trimestre deste ano, a uma taxa anualizada, sexto trimestre consecutivo de expansão liderada pelo consumo privado e despesas de capital, segundo dados do governo publicados nesta segunda-feira. O resultado marcou o ritmo mais rápido de crescimento desde janeiro a março de 2015.
A leitura preliminar para o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre ficou acima da estimativa de aumento anualizado de 2,5 por cento em pesquisa da Reuters com economistas. No trimestre anterior, a economia havia crescido 1,5 por cento, mostram os dados do Gabinete de Escritório.
Na comparação com o primeiro trimestre, o desempenho entre abril e junho mostrou crescimento de 1 por cento, contra aumento de 0,6 por cento esperado pelos economistas.
A terceira maior economia mundial registrou um ritmo sustentável de crescimento pela solidez das exportações, incluindo os componentes de celulares e chips, e pelos investimentos relacionados aos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020.
Os dados superaram as expectativas dos analistas consultados pela agência Bloomberg, que acreditavam em um crescimento de 0,6%, e supera o resultado de 0,4% do primeiro trimestre.
Durante anos, a agressiva política monetária expansiva destinada a fortalecer o frágil consumo e a reduzida inflação não apresentou os resultados esperados.
Mas os últimos dados mostram que o consumo privado subiu 0,9% no segundo trimestre, contra um avanço de 0,4% no período anterior. Isto representa mais da metade do resultado do PIB.
Os números publicados nesta segunda-feira são boas notícias para o primeiro-ministro Shinzo Abe, que enfrenta um momento de impopularidade.
Abe anunciou uma reforma ministerial este mês para tentar restaurar a confiança da população, após um escândalo pelo gerenciamento irregular de informações militares e acusações de que o chefe de Governo favoreceu amigos em questões comerciai, o que ele nega.
O primeiro-ministro chegou ao poder com a promessa de solucionar a perene deflação com a chamada “abenomics” (a política econômica de Abe), uma mistura de gasto público, política monetária expansiva e várias reformas estruturais.
Até o momento, a estratégia não apresentou os resultados esperados.
“A questão chave é saber se a demanda interna vai continuar progredindo, mas para isto ainda é necessário resolver questões estruturais”, disse Toru Suehiro, economista da Mizuho Securities.
O Banco do Japão tem como objetivo uma inflação de 2%, mas analistas projetam que o índice só poderia ser alcançado em 2020, quatro anos depois do previsto.
Para Junko Nishioka, do Sumitomo Mitsui Banking Corporation, os dados desta segunda-feira representam uma surpresa agradável, mas os números se devem mais a uma “melhora cíclica da atividade do que a ‘abenomics'”.
“Para estimular realmente a taxa de crescimento potencial do Japão é necessário abordar a questão do declive demográfico”, disse.
A recente bonança foi atribuída pelo FMI às “condições externas favoráveis”, em um relatório que pede às autoridades que aproveitem a oportunidade para “fazer avançar um conjunto de reformas completas e coordenadas”.